Se passaram 72 horas desde que a juíza da 12ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) ordenou que o coronel aposentado da Polícia Militar do Ceará (PMCE), réu por estuprar o próprio filho, de seis anos, entregasse, com urgência, a criança à avó materna. No entanto, até a tarde desta segunda-feira (23), conforme apurado pela reportagem junto a documentos oficiais, a mãe ainda não sabe o paradeiro da vítima.
A defesa agora pede que a guarda do menor fique com um casal de amigos indicado pelo pai e entrou com embargo contra a decisão judicial pela tutela da avó materna.
Nesta segunda-feira (23), o Ministério Público do Ceará (MPCE) pediu à defesa do acusado que esclarecesse os motivos da impossibilidade de cumprimento do mandado. Agora, os advogados da mãe do menino querem a prisão preventiva do coronel militar.
“Ressalta-se que a esquiva para não receber a intimação da decisão equipara-se ao descumprimento deliberado da determinação, possuindo, inclusive, o mesmo efeito prático: a criança ainda se encontra exposta ao risco reconhecido pelo Poder Judiciário quando determinou o imediato afastamento da criança do réu”, disse a assistência de acusação.
CONVIVÊNCIA COM A VÍTIMA
Antes de tirar a guarda do pai, na última quarta-feira (18) a Justiça tinha determinado que em até 48 horas o coronel indicasse uma terceira pessoa para ficar com a guarda da criança, o que não aconteceu a tempo.
Na sexta-feira (20), data da decisão mais recente, a juíza determinou que o genitor só poderá conviver com o filho aos sábados, de forma alternada, das 9h às 18h, “devendo a convivência ser assistida por duas pessoas a serem indicadas pelas partes”.