De acordo com a colunista, interlocutores do chefe do Executivo em Brasília, incluindo aqueles que integram seu Governo, informaram que o político está bastante incomodado com os resultados das pesquisas eleitorais, que colocam o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na liderança da corrida pelo Palácio do Planalto.
Os dados já levam em consideração o último levantamento do Datafolha, publicado na sexta-feira, 29. Na ocasião, Lula apareceu na liderança com 47%, 18 pontos a mais que Bolsonaro, que tem 29%. O petista manteve o mesmo percentual de junho, enquanto o atual chefe do Executivo oscilou um ponto para cima.
Conforme Mônica Bergamo, o presidente teria dito a interlocutores que reagirá e que não será preso com facilidade. Segundo a coluna, ele tem falado com semelhança aos discursos do 7 de setembro do ano passado. Durante ato na Avenida Paulista, ele fez ameaças golpistas, atacou o sistema eleitoral brasileiro, fez menções diretas a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), além de desafiar as investigações contra ele em curso na Justiça. “Digo aos canalhas que nunca serei preso”, afirmou na época.
Dois dias depois, Bolsonaro recuou dos ataques e divulgou “Declaração à Nação ” em que afirmava não ter “intenção de agredir quaisquer dos Poderes”. E acrescentou: “Quero declarar que minhas palavras, por vezes contundentes, decorreram do calor do momento e dos embates que sempre visaram o bem comum”.
Ainda segundo a coluna de Mônica, ministros do Governo afirmaram que o gestor sabe o que vai ocorrer em caso de derrota na eleição. “Você acha que eu não sei?”, teria afirmado o político sobre a possibilidade de uma ordem de prisão. O tom do chefe do Executivo não seria de “nervosismo”, mas de “constatação” sobre uma possível perseguição caso não seja reeleito.