Um dia após ameaçar ganhar a eleição “na bala”, o deputado estadual cearense Delegado Cavalcante se tornou alvo de dois pedidos de investigação por crime eleitoral. As ações foram protocoladas nesta quinta-feira, 8, pela candidata a deputada federal Adelita Monteiro (Psol), no Ministério Público do Ceará (MPCE) e no Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE).
Ao órgão ministerial, Monteiro apresentou notícia de fato contra Cavalcante. No documento, ela pede a abertura imediata de apuração para investigar quatro crimes que teriam sido praticados pelo deputado: incitação ao crime, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e interrupção do processo eleitoral. A ação é endereçada à Procuradoria Criminal do MPCE.
A segunda representação, apresentada ao TRE-CE, pede que a Justiça Eleitoral retire das redes sociais de Cavalcante uma publicação que mostra o parlamentar participando do ato de 7 de Setembro a favor do presidente Jair Bolsonaro (PL) na Praça Portugal, em Fortaleza.
Os advogados da candidata a deputada citam que o conteúdo divulgado por Cavalcante faz “incitação de processos violentos para subverter o regime [democrático], a ordem política e social e de atentado contra pessoas ou bens”.
O documento ainda solicita que o deputado seja multado em R$ 25 mil caso se negue a excluir a publicação ou se reincidir na prática de atos que “violem as normas eleitorais”.
Nesta quarta-feira, 7, durante discurso a bolsonaristas na manifestação realizada na Capital cearense, Delegado Cavalcante disse que não aceitaria uma eventual derrota de Bolsonaro nas eleições de outubro. “Se a gente não ganhar nas urnas, se eles roubarem nas urnas, nós vamos ganhar na bala”.