Bolsonaristas prometem virar a noite em ato golpista realizado em Fortaleza

Não há previsão exata de dispersão dos apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) que se reúnem no entorno da 10ª Região Militar de Fortaleza nesta quarta-feira, 2. A informação foi repassa pelos próprios manifestantes no local e confirmada pelo candidato a deputado estadual, Alex Ceará, do mesmo partido de Bolsonaro.

A expectativa, segundo os bolsonaristas, é permanecer até pelo menos a noite de hoje, com projeção até entrar pela madrugada e seguir até amanhã, quinta-feira, 3. A ação se espalha pela a Praça da Sé, pela calçada do Mercado Central e dependências da Catedral Metropolitana de Fortaleza. As vias ao redor, como a Rufino de Alencar, a Dr. João Moreira e a Sobral, enfrentam lentidão no trânsito.

Os apoiadores cantaram o Hino Nacional e entoam cânticos como “supremo é o povo”, em crítica ao Supremo Tribunal Federal (STF). Muitos cartazes pedem intervenção federal e questionam o resultado das urnas. Há registros de ataques pessoais ao ministro do STF, Alexandre de Morais, e ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “Lula ladrão teu lugar é na prisão”, dizem alguns bolsonaristas.

Alex Ceará ressalta que a ação não tem liderança e foi “espontânea”. “Todo mundo se convidando. Tanto que houve vários locais dispersos. Tem gente espalhado por outros endereços. É uma manifestação que está prevista na Constituição, que nós garante a liberdade de reclamar, de gritar e achar errado”, diz ele.

O apoiador questiona o processo eleitoral e diz achar “estanho” como se procedeu a eleição. “Foi estranho, foi diferente. Nós estamos aqui como patriotas no nosso direito de reclamar e reivindicar que foi errado. Está muito claro”, afirmou. De acordo com ele, haveria várias cidades em que Bolsonaro teria tirado zero votos, enquanto Lula teria muitos. Entretanto, não há indício de qualquer irregularidade no processo eleitoral.

“Entre outras coisas, a exemplo de ministros do Supremo Tribunal Federal que estão rasgando a Constituição, com prisões arbitrarias, nem processa ninguém. É por isso que estamos, porque sabemos que, a partir do dia primeiro de janeiro, nós não vamos mais ter liberdade”, explicou. Ele negou, entretanto, que haja pedidos de intervenção, apesar dos muitos cartazes com frases golpistas e antidemocráticas espalhadas pelo ato.

 

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