O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a se isentar da responsabilidade pela crescente inflação no Brasil, que fechou 2021 com aumento de 10,06%. Em conversa com apoiadores no cercadinho do Palácio da Alvorada, nessa terça-feira, 25, ele voltou a depositar a culpa unicamente em prefeitos e governadores que, ao longo da pandemia, adotaram medidas para frear a disseminação da Covid-19.
“Fizemos o possível com o auxílio emergencial. Vencemos em 2020 e em 2021. Só que as consequências do ‘fique em casa’ estão aí: inflação, aumento de combustível. Não sou o malvadão. É injusto botar a culpa em mim”, afirmou o mandatário.
Levantamento da Trading Economics, plataforma que analisa os dados históricos e as projeções de quase 200 países, demonstra que a inflação brasileira é a 3ª pior entre as nações do G-20. O monitoramento leva em conta o índice acumulado em 12 meses e coloca em xeque o discurso de Bolsonaro.
Países como Austrália, Canadá, China e Coreia do Sul adotaram medidas muito mais restritivas ao longo da pandemia para cortar a transmissão da Covid-19. Porém, as regiçies têm uma inflação acumulada inferior à do Brasil, porque as ações sanitárias não são o único fator a justificar a flutuação dos preços.
Na ocasião, Bolsonaro ainda questionou: “O que a gente pode perder ou ganhar no futuro”, em referência às eleições de 2022. “Eu não vou dizer. Vocês vão pagar ou não por aquilo que vocês escolherem. Quem escolhe um mau parceiro para casar vai ter problema lá na frente”, continuou. “Imagine como estaria o Brasil com outro cara no meu lugar. Temos a experiência de como esses caras governaram o Brasil há pouco tempo. Todo mundo viu”, completou o presidente.