Após pesquisa eleitoral mostrar que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) poderia perder em primeiro turno a eleição do ano que vem para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o chefe do Executivo voltou a afirmar que não acredita em pesquisas eleitorais e cobrou novamente a implementação do voto impresso no pleito de 2022.
“Eu não acredito em pesquisa eleitoral. Em 2018, o Datafolha disse que eu não iria para o segundo turno e que, se eu fosse, não ganharia de ninguém. Por isso que nós queremos o voto auditável”, disse o presidente, em entrevista coletiva nesta sexta-feira (25).
Na noite desta quinta, 24, pesquisa Ipec divulgada pelo Estadão mostrou Lula, neste momento, como favorito para a próxima disputa pelo Palácio do Planalto, com 49% das intenções de voto. Segundo os dados, Lula tem mais que o dobro da taxa do presidente Jair Bolsonaro (23%). Com esse desempenho, e se as eleições fossem hoje, o petista venceria no primeiro turno.
O presidente, que repetidamente coloca em xeque a segurança das urnas eletrônicas, e com os resultados negativos da pesquisa, fez novos ataques a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) por fazerem “militância contra o voto impresso” e questionou: “Tiraram o Lula da cadeia, tornaram elegível, para quê? Para elegê-lo presidente na fraude?”.
O voto auditável tem sido uma promessa do chefe do Executivo, e já vem sendo usada por Bolsonaro para questionar possíveis resultados que o desfavoreçam nas próximas eleições.
A demanda por votos auditáveis do presidente veio acompanhada por críticas ao ministro do STF Luís Roberto Barroso, conhecido pela defesa da segurança das urnas eletrônicas. Bolsonaro o acusou de mentir sobre o funcionamento do sistema de votos impressos. O ministro afirmou que o “voto em papel é retrocesso”, o que o presidente contra argumentou dizendo que não seria a volta de um “voto em papel”, mas sim a impressão de um comprovante que seria depositado na urna após o voto.
Ainda sem um partido para poder concorrer ao pleito do ano que vem, o presidente não descartou sua filiação ao Patriota, mesmo com a resistência interna no partido para sua entrada, se limitando a declarar que ainda está negociando com a sigla. De acordo com o presidente, ele procura um partido que “realmente” o “atenda”, voltando a comparar sua filiação com um casamento. “Tem que atender os interesses, ver se dá pra viver em comunhão a vida toda. É o que eu pretendo fazer”, disse.