Caderno apreendido ajuda a investigar 200 nomes ligados a facção no Ceará

Um caderno apreendido pela Delegacia de Roubos e Furtos (DRF), da Polícia Civil do Ceará, com aproximadamente 200 nomes de pessoas que integravam o tráfico de drogas do Comando Vermelho (CV) foi apreendido e deve dar início a uma nova investigação envolvendo a organização criminosa. Além de nomes e telefones, o material também fornece valores do comércio ilegal de entorpecentes de pelo menos R$ 200 mil.

As anotações, que estão anexadas ao inquérito, foram encontradas com Luís Antônio da Costa Sampaio, de 32 anos, conhecido como Luan Carioca ou XT, preso na última quarta-feira, 1º, em Fortaleza. Ele é considerado um dos chefes do CV e controlava o tráfico de drogas nas cidades cearenses de Santa Quitéria, Ipu, Hidrolândia, Independência, Catunda e Sobral. Possuía quatro mandados de prisão em aberto por roubo a banco, explosão a carro-forte, homicídios e tráfico de drogas.

Segundo informações do titular da DRF, Rommel Kerth, os nomes devem ser repassados à Divisão de Combate ao Tráfico de Drogas (DCTD). XT quebrou o celular no momento da prisão, mas as anotações devem auxiliar os trabalhos policiais. Recentemente, anotações apreendidas com Valeska Pereira Monteiro, conhecida como Majestade, resultaram na operação Anullare, que pediu pela prisão de aproximadamente 800 pessoas, todas consideradas gerentes do CV. Agora, com a prisão de XT, a Polícia Civil deve desarticular mais um braço da organização criminosa no Ceará.

A captura de XT foi considerada pela Delegacia uma das mais importantes prisões de 2021. Luan Carioca ou XT, como era conhecido, nasceu em Nova Russas, mas morava desde os 15 anos no Rio de Janeiro, na comunidade da Rocinha, onde começou no crime. Ele foi ameaçado de morte e baleado, então voltou para o Ceará. Nesse retorno, trouxe consigo as articulações do Comando Vermelho.

Ele integrou uma quadrilha especializada em explosões a carros-fortes e ataques a instituições bancárias. O grupo era chefiado por Mariano Sampaio, o Marianinho. Entre os anos de 2017 a 2019, esse grupo cometeu várias ações no Ceará. No dia 10 de julho de 2019, Marianinho foi morto na Bahia após confronto com a Polícia.

Com a morte de Marianinho, XT, que era seu primo e braço-direito, permaneceu na chefia da organização. No entanto, outros integrantes do grupo foram presos e eles migraram dos ataques a bancos e carros-fortes para o tráfico de drogas. O que financiava os ataques era a venda ilegal de entorpecentes, então eles continuaram com o fornecimento de droga e acrescentaram ao leque de atividades ilegais os homicídios e a extorsão a comerciantes. O grupo exigia dos empresários uma mesada para que os estabelecimentos continuassem funcionando sem a interferência da facção.

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