O aumento do preço dos combustíveis promovido pela Petrobras na segunda-feira, 5, não pegou bem entre os caminhoneiros, que reiteraram a intenção em realizar uma paralisação nacional em 25 de julho. A alta de 3,7% no litro do diesel nas refinarias e de 6% na gasolina, fez com que o valor médio do litro subisse, respectivamente, de R$ 0,10, e de R$ 0,16.
Base forte de Bolsonaro, o Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC) lançou nota à imprensa em que manifesta descontentamento com aumentos de combustíveis. Esse foi o primeiro reajuste de preços desde que o general Joaquim Silva e Luna assumiu o comando da Petrobras, numa intervenção do Governo Federal na companhia.
De acordo com a nota da CNTRC, houve uma reunião do presidente da Petrobras com caminhoneiros no último dia 29 de junho, em que foi apresentada reinvindicação para que o preço do diesel não sofresse alterações. A principal demanda apresentada pelos caminhoneiros foi a de mudança dos critérios adotados pela Petrobras na atual política de preços, “lesiva ao consumidor brasileira, cuja solução depende simplesmente da decisão administrativa da diretoria da estatal”, diz o documento.
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A CNTRC sugeriu então que houvesse a substituição do regime de reajustes com base no preço de paridade de importação (PPI) pelo preço de paridade de exportação (PPE). Isso, segundo os caminhoneiros, manteria a base de preços sob a paridade internacional, mas não prejudicaria o consumidor nacional.
No fim da nota assinada pelo diretor-presidente do CNTRC, Plínio Nestor Dias, ainda há um aceno ao Governo, destacando que ainda há “plena confiança” no presidente da Petrobras e em Bolsonaro.
“Reafirmamos a plena confiança no Presidente da Petrobrás Joaquim Silva e Luna na fiel avaliação e viabilização das propostas e no Presidente da República como representante do acionista majoritário, a quem os caminhoneiros agregam força crescente a cada dia em defesa do Brasil e dos consumidores brasileiros, motivo pelo qual enviamos Ofício ao Presidente da Petrobrás reiterando pedido de suspensão de reajustes nos preços durante a agenda de negociações até sejam concluídas as avaliações das propostas pela Petrobrás”, diz a nota.