Os açudes são importantes meios para garantir a reserva hídrica da população cearense, além de serem usados para irrigação, criação de gado e pesca. Para 2024, a Lei Orçamentária Anual (LOA) do Estado do Ceará prevê recursos para a construção de mais oito barragens, e três possuem um processo mais avançado de implantação.
Uma delas é a barragem de Oitis, dividida entre os municípios de Mucambo e Graça, no Sertão de Sobral. No Diário Oficial do Estado (DOE-CE) do último dia 16 de agosto, foi publicado um decreto que trata da desapropriação de um terreno para a construção do equipamento. Ao todo, ele deve ter 1.600 hectares.
“Na maioria das obras, a desapropriação é de terreno, não comprometendo casas. Quando existe alguma residência no perímetro, é realizado o processo junto à PGE. Atualmente, a PGE é a responsável pelo processo de desapropriação”, informou.
Atualmente, a nova barragem mais adiantada é a Jucá, em Parambu, que terá capacidade de acumulação de 34,17 hm³. Ela já está licitada e com a empresa já definida. A obra deve iniciar em breve e, quando concluída, deve servir para abastecimento urbano, abastecimento rural, desenvolvimento de pesca e irrigação.
Em seguida, vem justamente a de Oitis e mais uma, a de Boa Vista dos Parentes, entre os municípios de Senador Pompeu e Quixeramobim. O projeto já se encontra na PGE para início de licitação. Porém, em consulta ao DOE-CE, a reportagem não localizou abertura de processos de desapropriação da área. O Lontras, em Ipueiras: projeto executivo pronto, e está aguardando recursos para licitação.
A seguir, veja o status de cada obra, a partir da mais adiantada:
• Jucá, em Parambu: está licitada, com a empresa já definida. A obra deve iniciar em breve.
• Oitis, em Mucambo: projeto se encontra na PGE para início de licitação e teve decreto de desapropriação publicado.
• Boa Vista dos Parentes, entre Senador Pompeu e Quixeramobim: projeto se encontra na PGE para início de licitação e ainda não teve decreto de desapropriação.
• Lontras, em Ipueiras: projeto executivo pronto, aguardando recursos para licitação.
• Trairi, na cidade de mesmo nome: projeto executivo pronto, aguardando recursos para licitação.
• Frecheirinha, na cidade de mesmo nome: projeto executivo pronto, aguardando recursos para licitação.
• Poço Comprido, em Santa Quitéria: projeto executivo pronto, aguardando recursos para licitação.
• Berê, em Jardim: projeto executivo pronto, aguardando recursos para licitação.
COMO É CONSTRUÍDO UM AÇUDE?
Conforme o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), a construção de um açude exige uma análise detalhada dos impactos ambientais que ele pode causar no local onde o rio será barrado.
Com o estudo hidrológico, é possível prever qual volume a barragem pode armazenar e qual será a altura do barramento, entendendo ainda o regime de chuvas e qual material será usado para garantir a eficiência do projeto.
Há diferentes tipos de barragens que são classificadas a partir do material usado para a construção.
• De concreto: comum em vales estreitos, já que o concreto possui limitações pelo comprimento do açude;
• De gravidade: a gravidade da Terra é responsável por manter o açude em potência contra o forte impulso da água;
• Em arco: feitos em vales estreitos, com largura menor que a altura;
• De aterro: feito com terra e/ou rocha com função de reter a água;
• De enrocamento: feito com rochas compactas, serve como proteção contra erosão causada pelas ondas geradas no reservatório;