Cearense viaja sete dias de moto até o Uruguai para assistir ao Fortaleza na final da Sula

Qual o limite da razão quando há uma paixão envolvida? Para César Gadelha, 44 anos, não existe. O amor incondicional pelo Fortaleza o fez tomar uma decisão que, para muitos, pode ser irreal: atravessar o Brasil de moto até o Uruguai para assistir ao Tricolor do Pici na final da Copa Sul-Americana. A aventura contou com sete dias de viagem, 5.200 quilômetros percorridos e muitas histórias vividas.

Casado e pai de três filhos, César pensou inicialmente em fazer o trajeto de avião, mas os altos valores o fizeram mudar de ideia. Vendedor de feijão, o cearense trabalha há 20 anos se locomovendo em motos, experiência que lhe deu a confiança necessária para projetar a ida até Punta del Leste em cima da sua BMW F800 GS.

 

“Eu primeiro pensei em vir de avião. Tenho costume de viajar de moto, mas uma viagem tão longa assim em poucos dias é complicado. Não tem intervalo de descanso, é todo dia ‘pau na máquina’. Os preços das passagens de avião subiram demais, então aproveitei a fome com a vontade de comer. Tive que negociar com a patroa (esposa) até ela aceitar a ideia. Para voltar, serão mais ou menos sete dias também”, explicou em entrevista ao O POVO.

No caminho, César fez cinco paradas no total: em Bom Jesus, no Piauí; Formosa, em Goiás; Piracicaba, em São Paulo; Joinville, em Santa Catarina; e Jaguaruna, no Rio Grande do Sul. As pausas serviram para o tricolor descansar, lavar a roupa do corpo — que basicamente foi uma mesma camisa do Fortaleza por três dias seguidos — e evitar andar na estrada à noite, este último ponto uma determinação da esposa, Ana Rúbia, para aceitar que ele viajasse de moto.

Apesar da empolgação, ocorreram dois momentos em que César cogitou desistir da aventura e retornar para Fortaleza. A primeira foi no Piauí, quando enfrentou um forte calor, e a segunda no interior de Goiás, após vivenciar uma tempestade de raio. Além dos fatores climáticos, o cearense também correu perigos com os animais que invadiam as estradas, como uma raposa, que quase lhe causou um acidente.

 

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