Nesta quarta-feira, 7, aconteceu o terceiro dia de julgamento do ex-jogador Daniel Alves em Barcelona, Espanha. Preso em janeiro de 2023, acusado de estupro por uma jovem de 23 anos, o brasileiro aguardava a decisão da juíza Isabel Delgado Pérez para descobrir qual seria sua pena.
No entanto, o julgamento terminou sem prazo definido para a apresentação do veredito. A imprensa espanhola indica que a decisão pode sair dentro de um mês. Cabe recurso no Tribunal de Apelação, que é a segunda instância da Justiça espanhola.
Várias foram as versões criadas com intuito de camuflar a real ocorrência e, desta forma, tentar persuadir uma possível diminuição de sua pena. A pena máxima de 12 anos de prisão é pedida pela acusação.
Já o Ministério Público pede por nove anos. Caso seja condenado ao cárcere, sua pena deve ser por volta de seis anos, visto que, como ele completou um ano preso, este tempo já será acrescentado sobre a provável sentença. Daniel ainda pode e deverá recorrer perante o resultado final.
Caso Daniel Alves: acontecimentos do primeiro dia de julgamento
No primeiro dia do julgamento em Barcelona, na segunda-feira, 5, Daniel Alves foi o último a depor perante a Justiça espanhola. E, de acordo com os jornais “La Vanguardia” e “El Periódico”, a jovem, durante depoimento confidencial, voltou a acusá-lo de agressão sexual em caso ocorrido em dezembro de 2022.
A mulher depôs por cerca de uma hora e 15 minutos, a portas fechadas, com a voz distorcida e sem contato visual com o brasileiro, a pedido da mesma, que desejava manter sua identidade preservada e, também, não queria nenhum contato com o brasileiro.
A advogada de defesa expôs uma denúncia feita contra a mãe do jogador, Lúcia Alves, que divulgou fotos da mulher que o acusa em suas redes sociais. A proteção da imagem da mulher tem sido fundamental desde o começo do processo. Lúcia Alves também esteve presente no Tribunal durante o primeiro dia de julgamento.
No primeiro dia, também foram ouvidas uma amiga e uma prima da denunciante, que detalharam o sofrimento em que a mesma vivenciou.
O porteiro do estabelecimento e dois garçons foram ouvidos; ambos disseram não notar “nada de estranho” no comportamento de Daniel Alves, tendo em vista o consumo de álcool durante a noite, que foi a pauta relatada pela defesa no dia seguinte.
Caso Daniel Alves: acontecimentos do segundo dia de julgamento
No segundo dia do julgamento, foram ouvidos os amigos de Daniel Alves, que o acompanharam na Sutton no fatídico dia, funcionários do estabelecimento, sua esposa e 12 policiais que atuaram diretamente no caso.
Os primeiros a falarem nesta terça-feira, 8, foram os três representantes da boate Sutton — um sócio, um auxiliar e o gerente. Segundo o gerente da balada, o jogador havia supostamente “bebido ou tomado algo, mas não estava normal”, e não estava no estado habitual em que costumava vê-lo.
Contradizendo seus funcionários – garçons – que vieram depor no primeiro dia, que negaram que houvesse algo de errado com o jogador.
Seus amigos apoiam a tese de que ele havia ingerido bastante bebida alcoólica. A tese de embriaguez faz parte da estratégia de defesa para tentar diminuir a pena em caso de condenação.
Bruno Brasil, um dos amigos que estava presente no dia e que havia dito em 20 de janeiro de 2023 que o amigo teria bebido apenas “meia taça de champanhe”, afirmou agora que “naquela noite, ele bebeu uma garrafa e meia de vinho e duas doses de uísque, ou quatro. No bar anterior, bebeu gin com água tônica.”
Sua, até então, esposa ao ser questionada sobre a noite do dia 30 de dezembro, Joana Sanz respondeu que ele chegou em casa embriagado após ter saído com os amigos. “Ele foi comer com seus amigos no restaurante. Passou o dia aí e voltou, eram quase 4 da manhã. Voltou muito bêbado, uma pessoa com muito álcool. Bateu no armário e caiu na cama”, disse Joana.
Sobre os policiais que atenderam a ocorrência, a maioria deles falou pouco. As perguntas foram pontuais e as respostas, breves. Os agentes que tiveram contato direto com a denunciante convergiram sobre o estado dela naquele dia: incapaz de falar, muito nervosa, apesar de medicada.
Caso Daniel Alves: acontecimentos do terceiro dia de julgamento
No terceiro dia, o jogador compareceu junto com sua advogada, Inés Guardiola Sánchez, e membro da defesa. Foram exibidas as provas da medicina forense (forenses, psicólogos, analistas científicos, provas biológicas) e as documentais, com visualização dos vídeos das câmaras de segurança da boate. O depoimento de Daniel foi no final da audiência.