No primeiro bloco do debate presidencial promovido pela Band e um pool de veículos de comunicação, na noite deste domingo, 28, o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Lula (PT), que lideram as pesquisas de intenções de votos, protagonizaram um embate sobre corrupção na Petrobras. O assunto foi introduzido por Bolsonaro, que escolheu o petista para responder à sua pergunta.
Na indagação, o presidente argumentou que a Petrobras se endividou em cerca de 900 bilhões de reais, “fruto desmandos, refinarias não concluídas, entre tantas outras coisas”. Segundo ele, com o dinheiro que teria sido desviado, o governo poderia financiar 60 vezes a Transposição do Rio São Francisco.
“Ou seja, o povo nordestino sofreu por falta d’água por causa de corrução do seu governo”, afirmou, complementando a fala com a seguinte pergunta: “O senhor quer voltar ao poder para fazer a mesma coisa?”
Em resposta, Lula disse que os números apresentados por Bolsonaro são mentirosos e lembrou medidas contra a corrupção implantadas durante seus dois mandatos, entre 2003 e 2010. “Aqui é importante a gente citar que não teve nenhum presidente da República que fez mais investigação para apurar a corrução do que nós. […] Fizemos o portal da transparência, a Lei de Acesso á informação, a lei anticorrupção, lei contra crime organizado, lei contra lavagem de dinheiro, colocamos a Advocacia Geral da União no combate à corrupção, fizemos o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) funcionar”.
Na réplica, Bolsonaro ironizou os argumentos do ex-presidente, afirmando que os governos dele foram marcados pela cleptocracia [expressão de origem grega que significa governo liderado por corruptos]. “Foram governos feitos à base de roubo. E essa roubalheira era para conseguir apoio dentro do parlamento”, afirmou o candidato à reeleição, ao que Lula retrucou:
“É indescritível o que nós acabamos de ouvir. O presidente precisaria estar informado de que foi exatamente no nosso governo que a Petrobras ganhou o tamanho que ganhou com a capitalização de 70 bilhões de reais. O meu governo é marcado pela maior política de inclusão social, de geração de emprego, pelo maior aumento de salário mínimo, pelo maior investimento na agricultura familiar, pela criação da lei geral da pequena empresa, do simples. Além disso, foi o governo que mais fez investimentos na educação”.