O governador do Ceará, Camilo Santana (PT), apresentou denúncia ao Ministério Público do Ceará (MPCE) para que seja apurado suposto crime de injúria praticado contra ele pelo deputado estadual André Fernandes (Republicanos).
Em vídeo publicado em 1º de fevereiro, o parlamentar o chama de “ditadorzinho de merda”. A notícia de fato foi encaminhada ao procurador-geral de Justiça do Ceará, Manuel Pinheiro, em 4 de fevereiro. Os autos foram enviados à assessoria jurídica da Procuradoria-Geral de Justiça em 18 de fevereiro.
“Temos que viralizar o fato de que o governador está impedindo o povo de trabalhar”, diz Fernandes. “Ninguém tá pedido esmola, é trabalhar! Não vamos ceder a esse ditadorzinho de merda!, complementa.
O deputado estadual falava a profissionais do setor de bares e restaurantes, estabelecimentos que àquele período tinham de fechar 20 horas em virtude de decreto estadual.
Na peça apresentada há somente a assinatura de Camilo Santana. O governador argumenta que o deputado “ultrapassou todos os limites da crítica política” que a imunidade parlamentar confere.
“Comentários e palavras de ordem, rasos e com ofensas gratuitas a opositores, costumam inflamar o eleitorado e elevar o status de visibilidade daquele que profere as agressões. Há quem, inclusive, sobreviva e paute sua vida pública apenas disso: de interações e incitações em redes sociais”, diz o petista sem citar o opositor.
O chefe do Executivo estadual, ainda de acordo com a notícia de fato, reconhece que “toda medida que restringe liberdade individual é, naturalmente, incômoda”.
Mas sublinha que a prioridade é de “salvaguardar a vida e a saúde da população.” E diz: “Fato é que este peticionante acredita que na ciência e jamais será um ‘negacionista’ da pandemia da Covid-19.”
Outro lado: “É ditadorzinho de merda, sim”
André Fernandes foi procurado por meio da assessoria de comunicação e enviou áudio ao O POVO. Em um dos trechos da resposta, ele reafirmou o que disse: “É ditadorzinho de merda, sim.”
Segundo Fernandes argumenta, o petista se solidarizou com Ciro Gomes (PDT) após saber que o aliado foi alvo de inquérito da Polícia Federal (PF) por ter classificado o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) como ladrão e genocida.
“Ai Ciro Gomes virou alvo de investigação, um inquérito na PF, Camilo Santana estava lá, se solidarizando, porque, na verdade, investigação não é pra quem defende a democracia. Ai Camilo Santana vai e entra no Ministério Público contra mim porque eu chamei ele de ditador. Cadê a coerência? É ditadorzinho de merda, sim. Pode até ganhar na Justiça, não sei, mas a minha voz com certeza o governador não vai conseguir calar”, encerrou o deputado. (Com Lucas Barbosa/O POVO)
Eles não querem esmola, eles querem apenas o direito de trabalhar! Há quase 1 ano os músicos estão sem trabalhar e sem previsão de poderem trabalhar. Restaurantes e bares estão sendo obrigados a fecharem 22h, sendo perseguidos pela AGEFIS.