Dobrou de tamanho a bancada de deputados federais do PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, que votaram nesta quinta-feira, 6, alinhados ao governo Lula na reforma tributária no primeiro turno de votação na Câmara dos Deputados. Bolsonaro tinha pressionado seus correligionários contra a reforma e incitado ameaças de novas punições a quem votasse alinhado aos interesses do PT.
Vinte deputados do PL deram votos favoráveis à aprovação da reforma tributária na Câmara dos Deputados. Dois deles do Ceará: Júnior Mano Matheus Noronha. Outros três parlamentares do PL cearense votaram contra: André Fernandes, Jaziel Pereira e Priscila Costa — esta última suplente em exercício na vaga de Yury do Paredão.
Domingos Sávio (PL-MG), um dos principais aliados de Bolsonaro, tinha estimado que ocorreriam no máximo 10 votos favoráveis ao governo. Isso porque, no dia anterior, o líder do PL, Altineu Côrtes, afirmou que parlamentares seriam punidos se dessem votos favoráveis à reforma.
Para enviar um recado aos deputados, Côrtes começou a punir nesta quinta-feira, 6, os oito deputados do PL que deram votos favoráveis ao governo na aprovação da Medida Provisória (MP) dos Ministérios, em sessão realizada no começo de junho. Nessa votação, Côrtes tinha sinalizado que votos favoráveis ao governo seriam repreendidos.
Só que as novas ameaças do PL contra os oito deputados sequer surtiram efeito. Mesmo depois de descobrirem ao longo desta quinta-feira que foram punidos com a perda da titularidade e da suplência em Comissões da Câmara, seis deputados voltaram a votar com o governo, inclusive os dois cearenses e ainda quatro representantes de bancadas no Nordeste: Matheus Noronha (PL-CE), Júnior Mano (PL-CE), Junior Lourenço (PL-MA), Josimar Maranhãozinho (PL-MA), João Carlos Bacelar (PL-BA) e a deputada Detinha (PL-MA).
Além desses seis deputados, também tinham sido punidos pelo comportamento na MP dos Ministérios os deputados Pastor Gil (PL-MA), que faltou à votação da Reforma Tributária, e Yury do Paredão (PL-CE), que se licenciou no fim de junho por motivos pessoais. Pastor Gil tinha sido um dos mais prejudicados, pois foi retirado pelo partido de Bolsonaro das Comissões da Educação e do Idoso, onde era titular, e da Comissão da Previdência, onde era suplente.