Em nova intervenção, PDT Nacional destitui Cid Gomes da presidência do diretório estadual

Após uma reunião acalorada nesta sexta-feira (27), a Executiva Nacional do PDT aprovou uma nova intervenção no diretório estadual do partido do Ceará e destituiu o senador Cid Gomes da presidência da legenda. Um nome para comandar a comissão provisória, que deve ser instalada durante a intervenção, não foi informado. A ata da intervenção ainda não foi publicada.

Por meio da assessoria, o senador Cid Gomes questionou o processo, alegando que não houve espaço para exercer a “ampla defesa”.

“Não se aprova uma intervenção sem a abertura prévia de um processo, sem dizer do que a pessoa está sendo acusada para que possa exercer seu direito de ampla defesa e por último ter uma deliberação do Conselho de Ética, depois da Executiva e depois do Diretório. Mas eles já aprovaram a intervenção sem cumprir nenhuma dessas etapas. Não sei sequer a razão dessa intervenção”, afirmou o senador.

De acordo com o presidente interino do PDT Nacional, deputado André Figueiredo, a intervenção foi colocada em votação porque o clima “estava muito difícil” no partido. André era presidente do PDT Ceará, mas com a eleição de Cid — convocada por membros do diretório —, ele deixou o comando da legenda. O caso é contestado judicialmente.

“Ainda não está decidido quem será o interventor, muito provavelmente será o professor Flávio Torres, ex-senador pelo PDT Ceará. Ele (Cid), inclusive, se levantou dizendo que sairia (do PDT), assim como entrou, pela porta da frente. Muito desgastante para todos, mas o clima estava muito difícil de permanência e, pelo teor dos debates nas reuniões, o clima de paz está ficando impossível. Vamos seguir o devido processo, mas eu não acredito que o senador Cid fique no PDT, não. Tanto pelas palavras que ele disse na reunião, como pelo que ele disse no colégio de líderes no Senado”, declarou.

POSSIBILIDADE DE DEIXAR O PARTIDO

Procurado, o deputado federal Eduardo Bismarck (PDT), que participou da reunião, disse que o grupo cidista na legenda irá aguardar a publicação da ata da reunião da Executiva desta sexta para poder tomar as medidas cabíveis, inclusive com a possibilidade de deixar a legenda.

 

Foi aprovada essa intervenção, quando sair a ata, nós vamos nos reunir e avaliar o que será decidido. Se nós vamos sair do partido ou não”

EDUARDO BISMARCK
Deputado federal

 

Nos bastidores, pedetistas que participaram do encontro alegam que o clima esquentou entre os irmãos Cid e Ciro Gomes (PDT). Os dois não se falavam desde a eleição do ano passado, conforme declarou o senador em entrevista à live do Ponto Poder. Enquanto Cid defende que o PDT permaneça na base aliada do Governo do Estado, comandado por Elmano de Freitas (PT), Ciro quer sua legenda como oposição — já que lançou candidatura própria na eleição.

O bate-boca entre os dois teria sido motivado por conta da proximidade da ala cidista com o Governo Elmano e por conta da carta de anuência concedida ao presidente da Assembleia Legislativa do Ceará (Alece), deputado Evandro Leitão (PDT), em agosto, durante a gestão de Cid na presidência do diretório estadual. A autorização é contestada pela Executiva Nacional, sob comando do deputado André Figueiredo, na Justiça.

Ainda antes da votação da intervenção, o ex-ministro Ciro Gomes teria deixado a sede da Fundação Leonel Brizola por conta do bate-boca com Cid. Por isso, ele não participou da votação. De acordo com André Figueiredo, o único voto contrário à intervenção no PDT Ceará foi do Cid e houve uma abstenção.

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