O ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu anular todos os processos envolvendo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no âmbito da força tarefa. Na prática, essa medida torna o petista elegível, segundo a Lei da Ficha Limpa.
Em nota, Fachin informou que entendeu entendeu que a 13ª Vara Federal da Subseção Judiciária de Curitiba não era o juízo competente para processar e julgar os casos envolvendo o petista. A decisão envolve os quatro processos que envolvem o ex-presidente: o do sítio de Atibaia, do triplex, o de compra de um terreno para o Instituto Lula e o de doações para o mesmo instituto.
“Inicialmente, retirou-se todos os casos que não se relacionavam com os desvios praticados contra a Petrobras. Em seguida, passou a distribuir por todo território nacional as investigações que tiveram início com as delações premiadas da Odebrecht, OAS e J&F. Finalmente, mais recentemente, os casos envolvendo a Transpetro (Subsidiária da própria Petrobras) também foram retirados da competência da 13ª Vara Federal de Curitiba”, disse o ministro.
Com a decisão, os processos serão analisados pela Justiça Federal do Distrito Federal, à qual caberá dizer se os atos realizados nos três processos podem ou não ser validados e reaproveitados.
Por ter caráter processual, o ministro não analisou o mérito das condenações. A decisão abrange também o recebimento de denúncias e ações penais. “Embora a questão da competência já tenha sido suscitada indiretamente, é a primeira vez que o argumento reúne condições processuais de ser examinado, diante do aprofundamento e aperfeiçoamento da matéria pelo Supremo Tribunal Federal”, diz o texto da nota.
Na última sexta-feira, 8, dados da consultoria Quaest registraram uma queda expressiva no Índice de Popularidade Digital (IPD) de Bolsonaro e um crescimento cerca de 15 pontos do ex-presidente Lula. Seu IPD, que registrava 40,3 pontos em janeiro deste ano, passou a registrar 55,9 agora em março.