Fernando Santana chama Enel de “caloteira” por atrasos no pagamento de direitos trabalhistas

O deputado estadual Fernando Santana (PT), presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Enel, chamou a distribuidora de energia elétrica de “caloteira” por dívidas com ex-funcionários de empresa terceirizada que prestava serviço à Enel.

Santana explicou que 1.100 trabalhadores da empresa Endicon aguardam pagamento de verbas rescisórias e salários atrasados, sem perspectiva de receber tais valores.

“Chega uma nova denúncia aqui na casa do povo, de que 1.100 funcionários estão esperando há três anos, brigando na justiça, para receber seu dinheiro, que trabalharam para isso e que a Enel não paga. Está empurrando com a barriga, abrindo recurso onde quer que seja. E os pais de família estão sofrendo”, disse.

Na tribuna da Assembleia Legislativa (Alece), Santana explicou a situação. “A Endicon entrou com pedido de recuperação judicial, concedido pela Justiça. No entanto, foi determinado que a Enel seria responsável pelo pagamento das verbas rescisórias e atrasos de sua contratada”, comentou.

Em entrevista coletiva, o parlamentar reforçou as críticas à empresa. “Para além de todo histórico ruim no Ceará, a Enel entra agora com o histórico da empresa caloteira. Para nós é um absurdo. Vamos levar o assunto para onde quer que seja”, disse, prometendo oitiva de ex-funcionários da Endicon.

Santana confirmou que teve reunião com diretores da Enel na semana passada. “Depois que a CPI foi aberta foi a primeira vez que eles nos procuraram. Ou seja, a CPI dá medo em alguém, causa algum receio”. No entanto, alertou que um plano de expansão de quatro páginas teria sido apresentado.

“Eu perguntei a eles se estavam querendo fazer esse parlamentar e o povo cearense de besta”, argumentou, acrescentando que pediu um novo plano, executável, que mostre resultados à população.

Em nota, a Enel informou que possuía um contrato de prestação de serviços com a empresa Endicon para atividades operacionais e comerciais no Sul do Ceará. “Sobre o pagamento dos direitos trabalhistas dos colaboradores, a companhia informa que está “acompanhando a ação de recuperação judicial da empresa terceirizada e respondendo judicialmente com as medidas cabíveis”.

Santana disse ainda que em outubro os membros do colegiado devem realizar viagens ao Piauí, São Paulo e Goiás. No Piauí, seria para visitar a sede da Equatorial, uma das empresas cotada para assumir operação no Ceará, caso a Enel saia.

Em São Paulo, para tomar conhecimento das investigações de uma CPI da Enel que ocorre naquele estado. Em Goiás, onde a Enel operava e saiu para averiguar a situação local.

(OPOVO)

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