No último debate antes do segundo turno das eleições, o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) trocaram acusações sobre corrupção e repercutiram a prisão do ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB).
Bolsonaro chamou Lula de “bandido” e disse que o petista “levou grana para o bolso” quando comentava sobre o atraso no cronograma das obras da Transposição do Rio São Francisco. Em resposta, Lula falou sobre os 51 imóveis comprados em dinheiro vivo pela família do presidente e associou Bolsonaro a esquemas de rachadinha.
O candidato à reeleição relembrou as condenações de Lula na Justiça Federal –todas anuladas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) – e disse que o petista só está concorrendo ao Planalto “porque tem um amigo no STF”. “Você tinha que estar preso”, afirmou Bolsonaro.
Lula reagiu dizendo que foi julgado por um “juiz mentiroso”, em referência ao ex-juiz Sérgio Moro, e introduziu na discussão a prisão de Roberto Jefferson, a quem chamou de pistoleiro.
O petista acusou Bolsonaro de “esconder” o ex-deputado de sua campanha após este atacar policiais federais com tiros de fuzil e granadas durante cumprimento de mandado de prisão, no último domingo, 23.
Tentando se descolar de Jefferson, o presidente relembrou a atuação do ex-parlamentar no escândalo do mensalão, revelado em 2005, durante o primeiro mandato de Lula: “Roberto Jefferson, teu amigo, pegava grana de você para comprar deputados na Câmara”.
O debate seguiu com clima tenso ao longo do primeiro bloco, reservado para confronto direto entre os candidatos. O presidente se referiu ao oponente como “mentiroso” por várias vezes, ao que Lula devolvia o chamando de “desequilibrado”.
Em meio aos enfrentamentos, Lula deu as costas para Bolsonaro quando o presidente pediu que o petista ficasse ao seu lado.