Na esteira dos protestos contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), registrados desde a manhã deste sábado, 3, em diversas cidades do Ceará e do País, teve início, às 15 horas, uma manifestação na Praça Portugal, no bairro Aldeota, em Fortaleza. O ato, organizado por movimentos sociais e sindicais, pede o impeachment de Bolsonaro, maior agilidade na vacinação contra a Covid-19, a volta do auxílio emergencial, dentre outras pautas.
Ocorrendo em local conhecido como um dos redutos de movimentos da direita na Capital, a manifestação conta com a maioria das pessoas usando máscaras, mas existem pontos de aglomeração. Cartazes e faixas pedem a saída do presidente e fazem referência aos movimentos negro, feminista e LGBTQIA+.
O professor Adriano Gorgiano chamou a atenção para o simbolismo do ato ocorrer na Praça Portugal. “Precisamos agregar todas as pessoas, mesmo na classe mais elitizada precisamos fazer com que essas pessoas acordem (…) é muito importante colocar o dedo na ferida e fazer com que a elite entenda que também será beneficiada quando mudarmos um governo que faz uma gestão somente para se manter no poder”.
Opinião compartilhada por Maria do Carmo, aposentada de 70 anos, que disse ainda acreditar que os atos devem criar um ambiente favorável para o impeachment. Ela também criticou o comportamento de Bolsonaro. “Um inconsequente. Eu tenho 70 anos de idade e nunca vi um presidente assim. É um caos”.
Representantes de partidos de oposição ao governo federal, como PT, PDT, PCdoB, PSOL e PCB também participam dos atos. O deputado estadual Renato Roseno (Psol), que participa do ato, afirmou que o presidente prevaricou ao não tomar providências após ser alertado sobre supostas irregularidades na compra do imunizante indiano Covaxin e lembrou a falta de respostas do governo aos e-mails da farmacêutica Pfizer para negociar vacinas.
“Imagine que você é do setor privado e que deixa 81 e-mails sem respostas, o que vai acontecer com você? Você vai ser demitido. Você não pode deixar um fornecedor sem resposta”, afirmou, alegando ocorrer, atualmente, uma disputa histórica no País. “Só há, neste momento dois lados, um lado do fascismo do autoritarismo e do reacionarismo e outro lado que é diverso, plural, mas que quer aceitar a bola do jogo democrático. Então é necessário tomar posição e a posição desse momento é pelo fora Bolsonaro”, concluiu.
Outras capitais do Nordeste também registraram atos neste sábado, dentre elas Recife (PE) e João Pessoa (PB). Em São Paulo há um ato marcado para às 16 horas e no Rio de Janeiro, reduto eleitoral da família Bolsonaro, a concentração foi registrada no Monumento Zumbi dos Palmares, na Avenida Presidente Vargas, região central da cidade.