Netflix perde 200 mil assinantes, primeira queda de clientes em uma década

O serviço de streaming Netflix teve sua primeira queda no total de assinantes em dez anos. O número foi divulgado nessa terça-feira, 19, nos resultados trimestrais para investidores da empresa.

Segundo o comunicado, diversos fatores contribuíram para a redução. A Netflix pontua que os dois principais são a correção de mercado devido à redução nas restrições da pandemia de Covid-19 e o encerramento do serviço na Rússia, relacionado à invasão da Ucrânia e sanções internacionais ao país asiático.

 

A questão da Rússia, sozinha, teve impacto suficiente para gerar a queda no número de assinantes da Netflix. Haviam cerca de 700 mil contas no país, e, sem as sanções, a quantidade de clientes do serviço teria aumentado em 500 mil, entre dezembro de 2021 e março de 2022.

Ainda assim, o resultado seria abaixo das projeções. A expectativa da Netflix era ganhar 2,5 milhões de assinantes no trimestre. Mesmo sem a interrupção dos serviços na Rússia, o aumento de clientes teria sido apenas 20% do esperado.

Aumento de preço da Netflix pode ter impactado número de assinantes

Outro motivo para a queda de assinantes da Netflix pode ter sido o aumento nos preços. No Brasil, a última mudança foi em julho de 2021 – atualmente, os planos vão de R$ 25,90 (uma tela, baixa qualidade de imagem) a R$ 55,90 (quatro telas simultâneas, resolução 4K).

Nos Estados Unidos, maior mercado do serviço de streaming, o valor da Netflix ficou mais caro em março deste ano. Os preços agora vão de US$ 9,99 (cerca de R$ 47) na assinatura básica a US$ 19,99 (aproximadamente R$ 93) na premium. As diferenças entre os planos são as mesmas do Brasil.

Em ambos os mercados, o preço da assinatura da Netflix subiu bem acima da inflação. No Brasil, entre janeiro de 2015 e março de 2022, o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), um dos indicadores oficiais da inflação, ficou em 108%. Nesse período, o serviço de streaming aumentou o valor de R$ 16,90, no plano premium, para R$ 55,90. Isso significa uma alta de 330%, três vezes a inflação registrada.

Convertendo o valor em dólares, também houve aumento significativo. Em janeiro de 2015, o plano premium no Brasil custava o equivalente a US$ 6,26. Hoje, oss R$ 55,90 da mesma assinatura significam US$ 11,97, quase 100% de diferença.

 

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