Enquanto a aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva estaciona em 47% no cenário nacional, o Nordeste segue como o alicerce político que mantém o governo de pé. A nova pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta quarta-feira (12), mostra que, mesmo com oscilação negativa, 59% dos nordestinos aprovam o trabalho do petista — a maior taxa entre todas as regiões do País.
Desde julho, a aprovação na Região vinha numa crescente, de 53% para 60% em agosto e setembro, após a imposição do tarifaço de Trump, até atingir o pico de 62% em outubro. Ainda assim, a queda de três pontos percentuais em novembro no Nordeste manteve a popularidade do governo estável no País.
O contraste é evidente. No Sul, o índice despenca para 38%, revelando uma diferença de 21 pontos percentuais entre as duas pontas do mapa. No Sudeste, a aprovação é de 45%, e no Centro-Oeste/Norte, de 42%.
Um país dividido
Os números escancaram o Brasil geograficamente partido. Se dependesse apenas do Nordeste, Lula governaria com tranquilidade. Mas a resistência no Sul pressiona a média nacional e ajuda a explicar a desaprovação de 50% registrada na mesma sondagem.
A leitura é política: o presidente mantém seu terreno seguro, mas enfrenta erosão em áreas decisivas para 2026. Como destacou em suas redes sociais o diretor da Quaest, Felipe Nunes, se o tarifaço mudou a trajetória da aprovação a favor do Lula, a pauta da segurança pública interrompeu a lua de mel tardia do governo com o eleitorado independente.
Força histórica do Nordeste
Com 40 milhões de eleitores, o Nordeste representa 27% do eleitorado brasileiro e foi decisivo em 2022, quando Lula obteve 67% dos votos válidos no segundo turno contra Jair Bolsonaro. O apoio se repete agora nos recortes sociais: entre beneficiários do Bolsa Família, o presidente tem 65% de aprovação, contra 42% entre os que não recebem o benefício.
Além disso, o Nordeste registra a menor desaprovação ao governo (37%), enquanto o Sul lidera a rejeição com 58%.



