O Governo Federal gastou R$ 13 milhões em campanha publicitária para defender o uso da cloroquina, além de outros medicamentos, para tratamento precoce da Covid-19. O valor foi pago pela veiculação de propaganda em rádios e TVs, além de outdoors.
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De acordo com o site Congresso em Foco, o valor foi pago à agência Calia/Y2, que produziu as peças e negociou a veiculação. A empresa é comandada por Gustavo Mouco, irmão de Elsinho Mouco, ex-marqueteiro do ex-presidente Michel Temer.
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As propagandas foram veiculadas em novembro e dezembro. O maior contrato pago, sob as ordens do Ministério das Comunicações, foi para a TV Record, vinculada à Igreja Universal, que recebeu R$ 1,3 milhão.
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A Sociedade Brasileira de Infectologia não recomenda tratamento precoce para Covid-19, com medicamentos como cloroquina, hidroxicloroquina, ivermectina e azitromicina.
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Nas últimas semanas, o governo dosou o discurso sobre o tema. Se antes o presidente Jair Bolsonaro era um defensor dos medicamentos, agora o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, diz que nunca recomendou “tratamento precoce”, mas sim “atendimento precoce”.