Um eclipse solar será visível em todo o Brasil neste sábado (14/10) e em alguns locais do país – nas regiões Norte e Nordeste – será possível ver o eclipse completo.
Eclipses solares acontecem quando a Lua passa entre a Terra e o Sol, escurecendo o astro por alguns minutos, explica a astrofísica Eliade Lima.
Um eclipse solar pode ser total ou anular. O eclipse anular acontece quando a lua está próxima da Terra e deixa o Sol completamente coberto ao passar na frente dele.
“A gente fica atrás e enxerga a Lua cobrindo totalmente o Sol”, explica Lima que é professora do Curso de Ciências da Natureza da Unipampa e coordenadora do Clube de Astronomia de Uruguaiana.
Já o eclipse anular acontece quando a Lua está um pouco mais distante e não é capaz de cobrir totalmente o Sol mesmo quando está diretamente entre ele e a Terra – nestes casos, o Sol forma um “anel dourado” ou ao redor da Lua no momento máximo do eclipse, explica Lima.
“Nas duas ocasiões a Lua vai estar entre a Terra e o Sol cobrindo o astro para quem está embaixo daquela linha divisada. Mas por que um vai cobrir completamente o outro não? Porque a Lua vai estar mais próxima ou mais distante da Terra nessas duas ocasiões”, afirma a astrofísica.
“Quando ela está mais distante ela parece menor, então vai ter o anel ali sobrando em volta dela, que seria o Sol maior que ela.”
Quando o observador está em uma posição em que não é possível ver o eclipse completo — o sol ficar totalmente encoberto ou formar um arco dourado –, chamamos o fenômeno de eclipse parcial.
“O eclipse é parcial quando as pessoas que observam não estão naquela linha divisada do eclipse, elas estão nas extremidades. Então, dessa forma, a Lua vai cobrir só um pedaço do Sol”, diz Lima.
O eclipse deste sábado será um eclipse anular e poderá ser visto de forma completa em diversas cidades no norte e nordeste do Brasil.
Nas outras regiões do país ele será um eclipse parcial.
A possibilidade de ver um eclipse anular completo, ou seja, ver o arco de luz se formando, não acontecia no Brasil desde 1994, quando o fenômeno ficou visível por completo em locais na região sul do país.
Eclipses solares não são fenômenos raros, explica a astrofísica Eliade Lima: acontecem duas vezes por ano, mas eles não são visíveis em todas as partes do planeta.
“A visibilidade depende da posição do espectador”, diz ela. É por isso que costuma demorar anos para que um eclipse seja totalmente visível no mesmo local novamente.
O eclipse deste sábado ficou conhecido como Grande Eclipse das Américas de 2023.
“Esse eclipse é muito importante pela quantidade países que vão conseguir enxergar o fenômeno. Ele terá um público muito grande na América do Norte, na América Central e na América do Sul. E isso é mais difícil de acontecer”, explica a astrônoma.
Como o eclipse começa e termina em horários diferentes, é possível traçar uma “trajetória” dos locais onde ele começa primeiro e para onde “vai” depois.
“A gente fala em trajetória de eclipse porque a Terra está girando e, à medida que a Terra gira, nós temos também o movimento da Lua em torno da Terra. E esse movimento da Lua é que gera a sombra”, explica Lima.
“Então, a trajetória do eclipse é exatamente por onde a Lua vai passando enquanto está na frente do Sol. E isso é muito rápido em função de a Terra também estar girando.”