Oito profissionais da educação morreram em decorrência da Covid-19. Ao todo, 1.413 tiveram diagnóstico da doença confirmado no Ceará, conforme dados do IntegraSUS, plataforma da Secretaria de Saúde do Ceará (Sesa), consolidados até o último sábado, 29. A semana com maior número de casos foi entre os dias 28 de fevereiro e 6 de março deste ano, com a confirmação de 74 contaminados. Os números levam em conta os profissionais da rede estadual.
Para os professores, além de outros profissionais da rede escolar, o maior número de perdas para a pandemia acontece no momento atual, chamado por especialistas de segunda onda, com início no Ceará entre os meses de outubro e novembro do ano passado. Apenas em 2021, morreram seis profissionais do setor — o triplo do que foi registrado em 2020. No mesmo intervalo, o número de casos aumentou 121,9%.
Quando os alunos também entram no cálculo, o número de mortes sobe para 38, e as contaminações ultrapassam 21 mil casos, com 3,5 mil casos ainda em investigação. Dentre os estudantes, o maior número de óbitos aconteceu entre 50 e 59 anos, com 12 mortes confirmadas. Acumulam mais mortes as cidades de Fortaleza (18), Juazeiro do Norte (3) e Caucaia (2), quando somados alunos e profissionais do setor.
Vacinação e retorno presencial
Com o anúncio do início da vacinação de professores e demais profissionais da educação, o setor público se prepara para iniciar a retomada das aulas presenciais nas escolas públicas. Um termo anunciado pelo governo estadual, no entanto, gerou polêmica ao condicionar o recebimento das doses contra a doença à garantia de retorno presencial para as instituições de ensino no segundo semestre deste ano.
Em nota, a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), que representa profissionais cearenses do setor, reclamou que a assinatura do documento foi determinada de forma unilateral e ponderou que apenas a vacinação dos profissionais não é suficiente para o retorno com segurança sanitária. “Além de vacina são necessários protocolos sanitários eficientes, infraestrutura adequada e EPIs em todas as escolas”, enfatizou o órgão.
A entidade reclama ainda que a imunização é uma pauta antiga dos profissionais e acontece neste momento de forma tardia. “Responsabilidade, diálogo e plenas condições para o retorno seguro às aulas presenciais são critérios de preservação de vidas e de esperança para que o Brasil e a educação triunfem em meio ao caos que se instalou no País diante de tanto descaso e irresponsabilidade”, defendem os professores.
Em nota enviada no último sábado, a Sesa destacou que a documentação necessária para a vacinação dos profissionais de educação foi pactuada na reunião da Comissão Intergestores Bipartite (CIB), com a presença do Ministério Público Estadual, Federal e do Trabalho. Além disso, a pasta reforçou que o objetivo de retornar às aulas presenciais é uma das razões pela qual o Ministério da Saúde liberou a imunização desse grupo. A CIB deve se reunir nesta terça-feira, 1º de junho, para discutir uma possível revogação do documento.