Operação Carro-Pipa é retomada no Ceará, mas com menos municípios atendidos

A Operação Carro-Pipa, que distribui água potável a moradores do semiárido nordestino atingidos pela seca, foi retomada neste mês em 28 cidades do Ceará, segundo informou o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR). O abastecimento emergencial estava suspenso desde novembro, após cortes no orçamento pelo Governo Federal.

O programa é dividido em três ciclos anuais. O primeiro, iniciado em janeiro deste ano– e que vai até abril–, atende um número menor de municípios na comparação com o último ciclo de 2022. Entre setembro e dezembro, 34 cidades estavam cadastradas na Operação. Na retomada da força-tarefa, os municípios de Arneiroz, Aiuaba, Catunda, Palmácia, Catarina e Monsenhor Tabosa ficaram de fora do abastecimento.

Nas localidades onde o serviço foi interrompido, a vigência do decreto federal que reconhecia situação de emergência ou calamidade pública expirou no fim do ano. Este, conforme o MDR, é o principal requisito para a inclusão dos municípios no programa de abastecimento. A Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sedec) é o órgão responsável por decretar quadro de estiagem prolongada nas cidades.

Em Catunda, no Sertão Central e Inhamuns, mais de 4,5 mil moradores eram atendidos pela operação até o ano passado, conforme a Coordenadoria Municipal de Defesa Civil (Codec).

Na mesma região, quase 5 mil pessoas foram afetadas pela interrupção da operação em Monsenhor Tabosa. O chefe de gabinete da Prefeitura, Antônio Sampaio, explicou que o município também aguarda parecer da Sedec sobre o pedido de reconhecimento federal em razão da estiagem. “Estamos em seca permanente, não há motivos para a descontinuidade da operação”.

Nos 28 municípios cearenses atendidos atualmente pela Operação Carro-Pipa, mais de 141 mil beneficiários estão cadastrados. Cada família tem direito a 20 litros de água por pessoa ao dia. No total, 332 pipeiros foram contratados para o primeiro ciclo da operação no Ceará.

Atraso nos pagamentos

Município com o segundo maior número de moradores atendidos pelo programa, Tauá, a 340 quilômetros de Fortaleza, teve o abastecimento retomado há cerca de duas semanas. Por outro lado, pipeiros alegam que estão com pagamentos atrasados desde novembro do ano passado. No município, 58 profissionais atuam no programa.

“Nós recebemos pagamento pela última vez em outubro. Novembro e parte de dezembro, trabalhamos, mas até agora nada”, reclama o pipeiro Fernando Alves Pereira. Sem o dinheiro, os custos de manutenção ficam maiores. “Estou com dois pipas trabalhando, tirando de um para colocar no outro. O gasto com combustível é muito grande, e pra quem abastece a prazo, nem se fala”, complementou.

 

 

O Regional | Informação com Responsabilidade
Política, Polícia, Regional, Esporte, Entretenimento, Nacional

Redação: (88) 9.8196 .7462

Todos os Direitos Reservados  –  O Regional – Informação com Responsabilidade