A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que prevê o voto impresso nas eleições brasileiras, deve ser votada, em definitivo, nesta terça-feira (10), no plenário da Câmara dos Deputados.
A proposta foi rejeitada, na semana passada, pela comissão especial que analisa o tema. O parecer favorável à PEC foi reprovado por 23 votos a 11. Depois, na votação de outro relatório que pedia a rejeição e o arquivamento da matéria, o placar na comissão praticamente se manteve em 22 votos a favor e 11 contra.
CRISE ENTRE PODERES
O voto impresso é uma das bandeiras defendidas pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em meio à série de acusações feitas por ele, sem provas, de fraudes na urna eletrônica.
Os ataques do presidente ao sistema brasileiro de votação são o ponto central da crise com os outros poderes da República, principalmente o Judiciário.
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barrroso, e o Supremo Tribunal Federal (STF) tem sido alvos constantes das acusações de Bolsonaro.
Na semana passada, o presidente do STF, ministro Luiz Fux, cancelou a reunião que tinha sido marcada entre os poderes, em uma reação inédita de desaprovação ao Executivo.
Nesta segunda-feira (9), em entrevista a uma rádio, Jair Bolsonaro voltou a fazer acusações contra o presidente do TSE e admitiu a derrota da PEC do voto impresso no plenário da Câmara.
“[O Arthur Lira] vai [chamar para plenário], mas tivemos negociação antes, um acordo. Vai ser derrotada a proposta, porque Barroso apavorou alguns parlamentares. E tem parlamentar que deve alguma coisa na Justiça, deve no Supremo. Então o Barroso apavorou, ele foi para dentro do parlamento fazer reunião com lideranças e praticamente exigindo que o Congresso não aprovasse o voto impresso”, disse o presidente da República.