O Poder Judiciário do Estado de Goiás negou o pedido do Instituto de Defesa dos Direitos das Religiões Afro-brasileiras (Idafro) para que buscas por Lázaro Barbosa sejam feitas em templo religiosos, principalmente na região de Cocalzinho de Goiás. As informações são do G1.
De acordo com a entidade, há registros de agressões, ameaças e destruição de símbolos sagrados pelos agentes da força-tarefa que visa prender o suspeito da Chacina em Ceilândia e de diversos outros ataques. A caçada por ele chegou ao 18º dia neste sábado (26).
A reportagem perguntou ao Idafro na noite de sexta-feira (25), via e-mail, se a instituição recorrerá da decisão e aguarda a resposta.
Para o juiz Fábio Cristóvão de Campos Faria, que negou o pedido de habeas corpus, o Idafro fez a solicitação sem comprovar previamente que os templos religiosos são, de fato, membros ou associados da entidade.
FUNDADAS RAZÕES’
Também na interpretação do magistrado, há “fundadas razões” para a entrada em qualquer moradia particular, órgão público, estabelecimento comercial, templo religioso de qualquer culto, inclusive no período noturno, sem a necessidade de mandado judicial.
Ele ainda considerou que a concessão do habeas corpus seria um “salvo-conduto” para que algum dono de templo religioso resista ao trabalho dos servidores públicos, já que as composições precisam averiguar qualquer tipo de local para encontrar o foragido.
A decisão do juiz Fábio Cristóvão de Campos Farias foi publicada na quarta-feira (23), mesmo dia em que o Idafro ingressou com a ação.
MEGAOPERAÇÃO
Os 270 agentes da Segurança Pública que integram a megaoperação para capturar Lázaro Barbosa contam com a ajuda de helicópteros e cães farejadores.
Na última quinta-feira (24), o secretário da Segurança Pública do Estado de Goiás, Rodney Miranda, informou que além das quatro pessoas da mesma família que foram mortas na Chacina em Ceilândia (DF), o homem é suspeito de outros sete crimes.
INVASÕES
Segundo líderes de religiões de matrizes africanas em Cocalzinho de Goiás e Águas Lindas de Goiás, onde a força-tarefa está concentrada, desde 15 de junho, os servidores públicos agiram com truculência durante a caçada pelo criminoso.
Também conforme o Idafro, “pelo menos 10 templos afro-religiosos foram vítimas de incursões policiais abusivas e violentas, sendo certo que, temendo as costumeiras represálias, somente uma parte das lideranças religiosas manifestou-se publicamente”.
Na decisão do magistrado, há relatos de sete templos religiosos que teriam sido invadidos várias vezes em um mesmo dia. Um deles apontou três invasões pelos agentes no dia 17, duas no dia 18 e cinco no dia 19 de junho.
A entidade ainda chamou atenção para um templo religioso que teria sido invadido às 23h do dia 16 de junho, quando um caseiro “foi agredido fisicamente” pela força-tarefa, “gerando Boletim de Ocorrência (B.O).