Há exatos 28 dias, Santa Quitéria atingia uma situação praticamente fora de controle em relação a pandemia. Índices alarmantes de casos positivos da Covid-19 e o quadro agravado de pacientes evoluindo rapidamente para mortes levou a Prefeitura Municipal, com o aval dos principais setores da sociedade civil, a decretar isolamento social rígido, restringindo a circulação de pessoas.
Quatro semanas após o seu início, os dados das Secretarias de Saúde do estado e do município apontam os resultados positivos, de uma redução satisfatória na média móvel de novas infecções.
O comportamento do quiteriense não foi fácil no início do lockdown. Parte das pessoas manteve-se resistente à adaptação, aliado a uma deficiência por parte do Município, que não conseguia dar conta da fiscalização nas ruas, o que veio a ser suprido com a presença de fiscais e da Polícia Militar ao longo dos dias.
Bastante amargo para o setor econômico, que já acumula percas durante um ano, o lockdown não deixa de ser impopular e trazer sérias consequências para quem teve de baixar suas portas. Com apenas as atividades essenciais funcionando, o comércio local aguarda ainda uma situação mais estável nos números para discutir posteriormente a flexibilização e o plano de retomada.
O portal A Voz de Santa Quitéria levantou, junto aos boletins epidemiológicos diários, a quantidade de positivos e suspeitos ao longo deste período. Os gráficos abaixo mostram que o pico crítico da doença se deu na segunda semana, exatamente em 10 de março.
De acordo com a plataforma IntegraSUS, em 27 de fevereiro era de 37,1 a média móvel de casos confirmados e hoje (25), chegou a 4.
O secretário de Saúde, Adeilton Mendonça, reconhece os bons índices, mas ressalta que o cenário ainda não é de “conforto”. “Os casos estão caindo. Está tendo uma diminuição, mas é preciso se manter alerta. Os hospitais referências, em Sobral e Fortaleza, ainda estão lotados, então temos que manter a cautela e seguir com as medidas”, afirmou.
Em 28 dias, 1.102 quiterienses tiveram alta. Infelizmente, outros 20 não resistiram às complicações da doença e faleceram. 10 leitos do Hospital de Campanha ainda permanecem ocupados, afora outros nove em Sobral e Crateús.
Redução
O médico infectologista, Lino Alexandre, explica que quando há diminuição de pessoas circulando, naturalmente ocorre a redução na transmissão do vírus. “Quanto menor for a circulação, menores serão as chances de o vírus se multiplicar”, pontua. Apesar de impopular e de trazer sérias consequências ao setor econômico, o lockdown, quando ‘abraçado’ pela população traz resultados, acrescenta o especialista.
Para que se avalie os indicadores, Lino ressalta que é preciso um período de 15 dias. Este é ínterim em que o infectado pode transmitir a doença para outras pessoas. “Após duas semanas já é possível avaliar os números e decidir os próximos passos”. Contudo, apesar de reconhecer a eficácia da medida restritiva, o especialista alerta que a população tem de colaborar.
Pesquisa
Em um levantamento feito pelo portal na semana passada, alguns quiterienses indicaram como ações mais eficazes para frear o avanço do vírus, a agilidade na vacinação e o uso da máscara. O lockdown em vigor foi citado por apenas 15% dos entrevistados.
Fonte: Site A Voz de Santa Quitéria