‘Se for para tirar a dor dos pais, me condenem’, diz réu do incêndio na boate Kiss

O auxiliar da banda Gurizada Fandangueira, Luciano Bonilha Leão, foi o segundo réu a ser ouvido pelo júri do incêndio da boate Kiss, em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, nesta quinta-feira (9), nono dia de julgamento. Ele foi responsável por comprar e acionar o artefato pirotécnico que iniciou as chamas no local.

“Se eu tivesse morrido lá, hoje sentada aqui tem a maior joia da minha vida, que é a minha mãe. Ela ia tá ali sentada com eles [familiares]”, completou.

No primeiro dia de julgamento, Luciano Bonilha chegou ao Foro Central aos prantos.

Em depoimento, o auxiliar da banda relatou que o grupo já havia realizado pelo menos nove shows utilizando artefatos pirotécnicos. Só na Kiss, ele lembra de duas apresentações usando fogos. No entanto, o réu afirmou que a banda não sabia que o teto do palco havia sido rebaixado e revestido de espuma. “Se acreditava que era tudo seguro”.

Luciano ainda declarou que foi a pedido do gaiteiro Danilo Jaques, que faleceu na tragédia, que comprou os artefatos pirotécnicos usados no palco da boate.

“Ele me designou que eu tinha que comprar. O Danilo gostava as coisas tudo certinho. Era muito organizado. Eu cheguei lá, o rapaz [da loja] entregou, e eu levei pro Danilo”. Luciano contou desconhecer que tipo de fogo era usado, nem que ele poderia ser acionado em locais fechados. “Acho que era o que eles usavam [nos shows]”.

Ao todo, o incêndio na boate Kiss deixou 636 feridos e 242 mortos na noite do dia 27 de janeiro de 2013, em Santa Maria.

Os réus do caso são: Elissandro Callegaro Spohr e Mauro Londero Hoffmann, sócios da boate Kiss; Marcelo de Jesus dos Santos, vocalista da Banda Gurizada Fandangueira, e Luciano Bonilha Leão, produtor musical.

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