O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) aproveitou seu momento de fala em sessão no Senado Federal para criticar a ausência de “transparência e confiabilidade” no cronograma de vacinação do Ministério da Saúde. Na ocasião, o tucano avaliou contradições por parte do ministro da pasta, Eduardo Pazuello, ao informar o numero de doses a serem adquiridas ainda no mês de março.
Na semana passada, o ministro afirmou que cronograma divulgado a senadores, com 38 milhões de doses, estava mantido. Segundo Tasso, em entrevista para a imprensa, a pasta já teria reduzido a estimativa oficialmente para 22 a 25 milhões de doses até o fim do mês.
“Evidentemente, eu fui checar se tinha visto direito os números que estão aqui na tabela. Ele coloca entre as vacinas, 8 milhões de doses da Barabiotec. No entanto, no mesmo dia que foi declarado isso, a Anvisa soltou uma nota dizendo que a Barabiotec não tinha sequer enviado qualquer documento ou pedido para registro definitivo ou emergencial. Logo, se isso é verdade, é impossível esses 8 milhões”, questionou senador.
Tasso completou: “Não há mínima transparência ou confiabilidade das informações dadas pelo ministro, que nos traz mais uma vez uma insegurança sobre a administração e gerenciando dessa pandemia”. O parlamentar pediu a criação de uma CPI para que autoridades venham a se responsabilizar em juramento nestes casos e solicitou uma análise detalhada do Senado sobre o cronograma. “O que está sendo dito aqui não é verdadeiro. Que tenha penalidade de omitir ou mentir sobre o que é proposto ao Brasil inteiro, governadores e prefeitos”, completou.
Em resposta, Pacheco afirmou que recebeu uma “resposta complexa” de Pazuello sobre as indagações realizadas pelas presidências da Câmara e Senado. “Eu fiz encaminhamento imediato à comissão de acompanhamento da Covid para que possa se desdobrar sobre todas as premissas da respostas até para acompanhar esse cronograma de vacinação”, disse.
Sem mencionar a recusa da Anvisa sobre pedidos da empresa indiana Barabiotec e a possível perda de doses, o presidente explicou que o cronograma de 38 milhões de imunizantes considera a aceitação de dois laboratórios privados, com os quais “existe previsibilidade e empenho”. “O que sua excelência disse publicamente e reafirmou a mim é que, do Butantan e da Fiocruz, seria estimativa 22 a 25 milhões doses, então essa afirmação é de fato verdadeira”, justificou.