Pelo menos 2.218 cearenses perderam a vida devido às doenças hipertensivas por ano, entre 2013 e 2022, como registram o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde, e a Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa). Só neste ano, até abril, foram 529 óbitos registrados por causa da “pressão alta”, como se chama.
A doença coronariana (obstrução das artérias) e o Acidente Vascular Cerebral (AVC) são as manifestações mais comuns ligadas à hipertensão arterial, conforme Ricardo Silva, professor titular de Cardiologia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC).
Mas o cenário, conforme o especialista, é superior aos dados e atinge muito mais pacientes. Afinal, o que é a pressão alta? Essa é uma doença em que há níveis elevados da pressão sanguínea nas artérias e leva o paciente a um quadro de valores como 140/90 mmHg (ou 14 por 9), como define o Ministério da Saúde.
As doenças hipertensivas podem ser assintomáticas, o que prejudica o diagnóstico, mas podem se manifestar com dores no peito e na cabeça. A prevenção, como o tratamento, acontece com alimentação equilibrada e prática de exercícios físicos.
Com a hipertensão, o coração lida com mais esforço para distribuir o sangue pelo corpo. Pacientes com pressão alta podem sofrer também infarto, aneurisma arterial, insuficiência renal e cardíaca.
“A prevalência de hipertensão arterial na população adulta é de 30% e, quando analisamos os adultos idosos, 50% da população é hipertensa”, contextualiza Ricardo sobre os registros brasileiros.
A maior causa de mortes no País é a cardiovascular, com frisa Ricardo, e isso se aplica ao Ceará. Os dados mostram uma queda entre 2016 e 2019, mas os números voltaram ao mesmo patamar nos anos seguintes.
O aumento dos casos está ligado à alimentação inadequada, falta de exercícios físicos e estresse. As doenças hipertensivas afetam principalmente os idosos, mas os diagnósticos crescem em jovens e até em crianças, conforme o especialista devido aos hábitos.

