Foi na manhã do dia 20 de julho de 1934 que a cidade de Juazeiro do Norte, na região do Cariri, deu adeus ao patriarca do sertão, Padre Cícero Romão Batista. O sacerdote faleceu aos 90 anos de idade em decorrência de complicações de saúde. Hoje, 89 anos após sua morte, milhares de fiéis se reúnem na Capela do Socorro, onde o corpo de Padre Cícero está sepultado, para lembrar a sua memória.
Segundo o historiador Roberto Júnior, o cortejo fúnebre que marcou a despedida dos romeiros a Padre Cícero trouxe cerca de 60 mil pessoas à região do Cariri. A tradição mantém-se viva até os dias atuais, quando ocorre a tradicional Missa do Dia 20 de Julho na Capela do Socorro. “Quando se espalha a notícia que o Padre Cícero tinha morrido, Juazeiro chegou a registrar a presença de mais de 60 mil pessoas. Então, foi uma data que, desde o ocorrido, já houve uma concentração muito grande de romeiros que se repetiu nos anos seguintes”, disse em entrevista à rádio O POVO CBN Cariri.
Outra particularidade do velório de Padre Cícero foi a utilização de dois caixões durante o cortejo. Roberto Júnior explicou que, na época, Juazeiro do Norte não contava com um sistema funerário adequado para um velório de longa duração. “O primeiro caixão não comportou o corpo dele após algumas horas do falecimento porque o corpo inchou devido à retenção de líquido. Por conta disto, foi necessário a utilização de uma nova urna que foi trocada”, contou.
O caixão de Padre Cícero ficou exposto na janela do Casarão da Rua São José, a última residência oficial do sacerdote, onde hoje funciona o Museu do Padre Cícero. O objetivo era que os milhares de devotos que estavam em Juazeiro pudessem prestar sua despedida.