Internada há mais de uma semana em Aracaju (SE), Paulinha Abelha, de 43 anos, vocalista do grupo de forró Calcinha Preta, foi diagnosticada com meningite bacteriana. As formas de transmissão mais comuns da doença são através das vias respiratórias, por gotículas ou secreções do nariz e da garganta, pela ingestão de água e alimentos contaminados, e contato com fezes de infectados.
Algumas pessoas, mesmo estando infectadas com a bactéria, não desenvolvem a doença, mas podem transmiti-la para outras pessoas. De acordo com informações do Instituto Fernandes Figueira, da Fundação Oswaldo Cruz, a meningite é um processo inflamatório das meninges, membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal.
Existem dois tipos de meningite: a bacteriana e a viral. No Brasil a doença é considerada endêmica grave, significando que novos casos são esperados a qualquer momento do ano. No caso da meningite bacteriana, o maior número de contágio acontece durante o inverno. Já as infecções por meningite viral são mais frequentes no verão.
Os sintomas da doença são variáveis, mas os mais frequentes são dor de cabeça, febre, rigidez do pescoço, náusea, vômito, mal estar, confusão mental e manchas vermelhas na pele. No caso das infecções causadas por vírus, o tratamento é sintomático. Já para a meningite causada por infecção bacteriana, o combate é feito por meio de antibióticos.
Para a meningite viral não há vacina. No entanto, para algumas meningites bacterianas existem vacinas disponíveis pelo Sistema Único de Saúde (Sus) ou na rede privada. A vacina contra a meningite tipo C deve ser aplicada nos primeiros meses de vida das crianças, com a primeira dose aos três meses de idade, a segunda aos cinco meses e uma dose de reforço aos 12 meses de idade.
Já a vacina Pneumocócica 10 valente (Pncc 10) deve ter a primeira dose aplicada aos dois meses de idade, a segunda aos quatro meses e uma terceira, de reforço, aos 12 meses. Já os tipos A, B, Y e W 135 estão disponíveis na rede privada.
A cantora Paulinha Abelha foi levada ao hospital no início do mês. No começo desta semana seu quadro de saúde se agravou, e a artista foi transferida para a Unidade de Terapia do hospital. Com complicações nos rins, ela começa a fazer hemodiálise. Na última quinta-feira, 17, o estado de saúde de Paulinha sofre novo agravamento, e ela precisou ser transferida de hospital. A informação atualizada neste domingo, 20, é que seu quadro neurológico é muito grave, mas estável.
17 possíveis substâncias
No último domingo (6/3), o Domingo Espetacular exibiu reportagem que apresentou um laudo do fígado de Paulinha Abelha, a partir de um exame que poderia ajudar a identificar a causa da morte da artista. Além da certidão de óbito – que também apontava problemas neurológicos – e de outros documentos, a emissora mostrou que a cantora tomava cerca de 17 substâncias que podem ter impactado a falência do órgão.
Com todos esses produtos, o fígado de Paulinha estava muito sobrecarregado. Além disso, um teste chamado painel toxicológico identificou duas substâncias que estariam na cantora: anfetamina, que fazia parte de uma das 17 fórmulas prescritas, e barbitúricos, que costumam ser utilizados em hospitais para sedar pacientes.


