Nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) estaduais, os casos de gastroenterite viral — doença popularmente conhecida como “virose da mosca” — tiveram um aumento percentual de 310,64% entre janeiro e fevereiro deste ano. De 1.344 casos registrados no primeiro mês de 2022, as notificações saltaram para 5.519 ocorrências no mês seguinte.
Doença que se torna mais comum no período chuvoso, a “virose da mosca” é uma infecção causada por vírus — ou até bactérias — que tem como principal sintoma a diarreia. Ela pode estar associada a vômito, náusea, dores musculares e nas articulações, dor abdominal e febre.
Por que casos de “virose da mosca” aumentam
Com mais chuvas e mais insetos circulando, o médico Marco Túlio Aguiar, professor da Universidade Federal do Ceará (UFC) e da Universidade de Fortaleza (Unifor), chama atenção para a possibilidade de moscas entrarem em contato, por exemplo, com lixo a céu aberto e, em seguida, com a população e com alimentos.
No período chuvoso, essa conjuntura “acaba gerando essa consequência, que é o aumento de virose”, afirma o profissional, que faz parte do Coletivo Rebento – Médicos em defesa da Vida, da Ética, da Ciência e do Sistema Único de Saúde (SUS).
“Está sendo muito frequente nesse momento, e ao ser acometido por essas doenças é necessário, muitas vezes, procurar atendimento médico — seja na Unidade Básica de Saúde (UBS), seja na Unidade de Pronto Atendimento — para fazer o tratamento adequado e evitar complicações, principalmente em crianças e idosos”, afirma o médico Leandro Araújo, da UPA Praia do Futuro.
Como tratar a “virose da mosca”
Uma vez que a pessoa esteja doente, Aguiar explica que, se os sintomas forem leves, ela pode fazer uso de analgésico, como dipirona ou paracetamol, para aliviar a dor muscular e a febre. Também deve hidratar-se água, água de coco e suco.
Um alerta feito pelo médico é para a automedicação, principalmente com antibiótico. Uma vez que a maioria dessas infecções são virais, ele explica que o uso de antibiótico é desnecessário e pode ser nocivo para a população, pois pode gerar resistência ao medicamento.