Ontem, uma pessoa tirou a própria vida no Ceará. Hoje, outra o fará. Ao fim do mês, terão sido, pelo menos, 41 suicídios. Essa é a média mensal trágica registrada no Estado, entre janeiro e maio de 2022, quando 207 pessoas – 171 homens e 36 mulheres – morreram por lesões autoprovocadas intencionais.
O dado alarmante, que reflete a gravidade de um problema de saúde pública, é do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), mantido pela Secretaria Estadual da Saúde (Sesa), e, para se ter ideia, ultrapassa o número de mortos em acidentes de moto. O veículo que mais tira vidas, então, têm sido as próprias mãos.
Quem precisa de ajuda no Ceará pode buscar serviços públicos e gratuitos de assistência, como os CAPS, os núcleos de psicologia de universidades e o próprio Centro de Valorização da Vida (CVV), que atende pelo número 188.
O ano de 2021 foi o primeiro em que acidentes cotidianos, como os de moto, foram menos fatais que os suicídios no Ceará: 588 motociclistas e passageiros morreram após os sinistros, enquanto outras 673 pessoas cometeram suicídio.
Vale lembrar que a motocicleta é o veículo “mais fatal”. No Ceará, das 350 mortes no trânsito em 2022, 186 envolveram motos (53%). Já em Fortaleza, dos 184 óbitos nas vias no ano passado, 47% foram de pilotos ou passageiros, de acordo com o Relatório Anual de Segurança Viária.