A World Wrestling Entertainment (WWE) foi vendida para o grupo Endeavor, empresa controladora do UFC, para formar uma nova empresa de capital aberto de combate e entretenimento.
O acordo avalia a empresa recém-formada em mais de US$ 21 bilhões – equivalentes à cerca de R$ 106 bilhões. O UFC vale US$ 12,1 bilhões e a WWE está avaliada em US$ 9,3 bilhões. Os acionistas da Endeavor deterão 51% da nova companhia, enquanto os acionistas da WWE receberão 49%.
“Esta é uma rara oportunidade de criar um puro jogo global de esportes e entretenimento ao vivo, construído para onde a indústria está indo”, disse Ariel Emanuel, CEO da Endeavor, em um comunicado. Emanuel, um agente poderoso de Hollywood, será o CEO da nova empresa e manterá seu cargo de executivo-chefe na agência.
Vince McMahon manterá seu atual título de presidente-executivo da WWE na nova empresa, que ainda não tem nome.
Ele disse em um comunicado que a nova empresa “estará bem posicionada para maximizar o valor de nossos direitos de mídia combinados”. Ele também disse que a nova empresa poderia se expandir buscando outras fusões e aquisições “para reforçar ainda mais nosso forte conjunto de marcas”.
s ações da WWE caíram mais de 5% nas negociações de pré-mercado, enquanto a Endeavor disparou 7%. As empresas esperam economizar de US$ 50 milhões a US$ 100 milhões em custos assim que o negócio for concluído, que deve ser concluído no segundo semestre deste ano. Ele será negociado na Bolsa de Valores de Nova York sob o símbolo “TKO”.
O conselho de administração da nova empresa terá 11 membros nomeados posteriormente, com seis deles indicados pela Endeavor e os restantes escolhidos pela WWE.
A Endeavor, que também é dona da maior agência de talentos de Hollywood, William Morris Endeavor (WME), tornou-se a dona absoluta do UFC em 2021.
As ações da empresa subiram mais de 10% no ano. A receita de sua unidade esportiva, que abriga o UFC, cresceu 20% no ano passado, para US$ 1,3 bilhão, graças em parte ao aumento das taxas de direitos de mídia.
Final difícil para a independência da WWE
O acordo anunciado nesta segunda-feira (3) marca o fim da WWE como uma empresa familiar.
Vince McMahon comprou a empresa de seu pai no início dos anos 1980 e a transformou em um império do entretenimento com vários eventos semanais ao vivo.
Em 2021, a empresa fechou um acordo com o serviço de streaming Peacock por US$ 1 bilhão para transmitir muitos de seus programas.
McMahon, o maior acionista da empresa, foi forçado a se aposentar como CEO no ano passado, após um escândalo de suborno e assédio sexual.
Após sua saída, a WWE divulgou várias despesas que Vince McMahon não havia relatado anteriormente, totalizando US$ 19,6 milhões. Isso obrigou a empresa a revisar suas demonstrações financeiras de 2019, 2020 e 2021.
Embora muitos dos pagamentos estejam relacionados à investigação da empresa sobre sua suposta má conduta sexual com ex-funcionários, Vince McMahon supostamente fez pagamentos não revelados de US$ 5 milhões à instituição de caridade do ex-presidente Donald Trump, a Fundação Donald J. Trump, em 2007 e 2009, de acordo com Wall Street Journal.
O WSJ reportou em julho de 2022 que McMahon pagou mais de US$ 12 milhões a quatro mulheres para encobrir “alegações de má conduta sexual e infidelidade”.
Ele voltou em janeiro como membro do conselho e disse estar explorando “alternativas estratégicas” para seus acionistas, incluindo uma venda.
A WWE faturou mais de US$ 1,29 bilhão em receita em 2022 e suas ações aumentaram mais de 30% no ano.