Duas crianças são vítimas de crimes sexuais por dia no Ceará em 2024

Todos os dias, pelo menos duas crianças de até 11 anos são vítimas de crimes sexuais no Ceará. Foram 590 registros desses crimes, principalmente o estupro de vulnerável, em 2024 até essa quarta-feira, 25. Em cerca de 70% dos casos, o criminoso é alguém da própria família. Na grande maioria deles, o agressor é um homem — tio, avô, padrasto, pai.

Os dados são da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS/CE), por intermédio da Gerência de Estatística e Geoprocessamento (Geesp/Supesp). A maioria dos crimes sexuais notificados no Estado são contra crianças. Neste ano, considerando todas as idades, constam registros de 1.378 desse tipo de crime — sendo 42,6% das vítimas com menos de 12 anos.

Considerando apenas crianças, a maioria (81,2%) das vítimas é do sexo feminino. Em 198 ocorrências (28,4%), o caso é em Fortaleza. Adolescentes, faixa etária de 12 a 17 anos, são o segundo grupo com mais casos de vítimas de crimes sexuais. Foram 506 registros neste ano, compondo 35,5% dos casos totais.

Conforme Carlos Alexandre, delegado titular da Delegacia de Combate à Exploração da Criança e do Adolescente (Dceca), afirma que cerca de 70% dos casos da unidade são de crimes sexuais. Em sua maioria, estupro, estupro de vulnerável (quando a vítima tem menos de 14 anos), assédio sexual, importunação sexual — que geralmente contra adolescentes —, exploração do menor, além de crimes cibernéticos.

O delegado explica que a maior parte dos casos chega à Dceca por demanda espontânea. A população faz boletim de ocorrência. Outra forma, é quando a denúncia chega a partir de órgãos de proteção, como o Conselho Tutelar e o Ministério Público. A busca ativa é realizada, principalmente, em casos de crimes cibernéticos em parceria com órgãos internacionais.

“A prevenção passa muito principalmente pela família, pela escola. Os pais precisam ter uma atenção voltada ao comportamento da criança e do adolescente em casa. Um comportamento sexualizado que não condiz com a idade, retração, isolamento. Sinais físicos que podem ser apresentados em consultas, como inflamações”, alerta Carlos Alexandre.

 

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