Chega a 135 mil a quantidade de crianças e adolescentes no Ceará, com idade ente 6 e 17 anos, afastados da sala de aula em 2020. O número é maior em 85 mil de estudantes comparado a 2019. A diferença é que o levantamento do ano passado não considera indivíduos com idade de 4 e 5 anos – o que é levado em conta no ano anterior. Portanto, o número de alunos sem contato com as instituições educacionais pode ser ainda maior.
O aumento significativo de exclusão no Ceará reflete situação agravada em todo o País. Em relação às regiões, Norte (28,4%) e Nordeste (18,3%) apresentaram os maiores percentuais de crianças e adolescentes de 6 a 17 anos sem acesso à educação, seguidas por Sudeste (10,3%), Centro-Oeste (8,5%) e Sul (5,1%).
A exclusão em todo o Brasil foi maior entre crianças e adolescentes pretos, pardos e indígenas, que correspondem a 69,3% do total de crianças e adolescentes sem acesso à Educação.
Em relação a 2019, o cenário da exclusão escolar se produz em cada estado brasileiro em proporções diferentes. No Nordeste, três estados apresentam percentuais abaixo da média nacional: Piauí (1,5%), Rio Grande do Norte (1,7%) e Bahia (2,5%), enquanto o Ceará registra o mesmo percentual da média nacional (2,7%). Alagoas (4,3%), Paraíba (3,4%) e Sergipe (3%) apresentam os piores indicadores de exclusão na região.
Relatório divulgado na manhã desta quinta-feira, 29, é fruto da parceria entre Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec).
Para chegar ao número, os técnicos utilizaram a Pnad Covid-19 de novembro passado, quando cerca de 1,5 milhão de crianças e adolescentes afirmaram não frequentar a escola. Somado a isso, 3,7 milhões responderam que, na semana anterior ao questionário, a escola não havia disponibilizado atividades para realizar em casa. Desse total, ainda foram suprimidos 124 mil respondentes que já concluíram o ensino médio ou equivalente.