A retirada de árvores da Avenida Vicente Torres de Oliveira, em Ararendá, gerou polêmica entre os moradores e ganhou repercussão também nas redes sociais nesta semana. Segundo informações, as árvores foram retiradas pela prefeitura do município para implantação de malha asfáltica.
Alguns internautas se posicionaram contra a retirada das árvores nas redes sociais “As árvores são necessárias até para os animais ficarem na sombra, amenizar o calor, tomara que plante outras.” Afirmou uma internauta em uma live. “Avenida tão larga pra que tirar as árvores não intendi nada, mas acho que vai ser plantada outras árvores.” Ressaltou outro morador.
Segundo fontes ligadas a reportagem, as espécies de árvores cortadas não são da flora nativa da região e não entram na preservação do patrimônio florestal mas entram na preservação do aspecto paisagístico e só podem ser retiradas com prévio estudo de um profissional seja biólogo ou engenheiro agrônomo que estuda a inviabilidade da árvore, o que necessitaria inclusive uma prévia autorização da SEMACE ou Ibama para o corte.
Estudos comprovam que em dias de sol, a sensação é melhor em áreas arborizadas do que em regiões com pouca vegetação. Em épocas mais quentes as áreas bem arborizadas podem ter uma diferença de até 5 graus Celsius em relação às não arborizadas. Pode parecer pouco, mas faz uma grande diferença quando o assunto é conforto térmico principalmente para a região sertaneja nessa época do ano onde as temperaturas marcam os 40 graus.
Ao contrário das árvores, o asfalto faz as noites nas cidades serem até 5 graus Celsius mais quentes, segundo estudo da USP (Universidade de São Paulo). Esse tipo de superfície tem a capacidade de guardar calor durante o dia e liberá-lo até aproximadamente 20h30, com isso o desconforto térmico nas vias perdura mais, o que aumenta o consumo de água, energia elétrica e o desgaste físico. Ainda segundo o estudo, o asfalto esquenta as massas de ar na superfície gerando o ‘calorão’ das noites, que vai diminuindo ao longo do período noturno.
A Prefeitura de Ararendá nos enviou uma nota falando sobre o assunto, veja abaixo:
”Mediante as diversas informações equivocadas observadas nas redes
sociais, explicamos as circunstâncias em que foram retiradas as árvores exóticas da
espécie Azadirachta Indica, popularmente conhecida por “nim”.
Inicialmente, foi elaborado o Plano de Substituição da Espécie Exótica Nim
(Azadirachta Indica) – Av. Vicente Torres de Oliveira, documento técnico, baseado
nos diagnósticos observados e na Instrução Normativa Nº 02/2018/SEMA – Lista
de Espécies Nativas Recomendadas para Ações de Florestamento e
Reflorestamento no Estado do Ceará, onde fora elencados os problemas ecológicos
(venenoso para abelhas), danifica tubos do abastecimento de água , insegurança
pública e no transito (deixam as ruas escuras e obstruídas), danos estruturais
(racham calçadas), e financeiros que a espécie traz ao município e naquela
Avenida.
Após este estudo, a segunda etapa foi a Autorização emitida pelo órgão
ambiental local e, posteriormente, a retirada das árvores. Vale destacar ainda, que
de forma antecipada, a Prefeitura Municipal fez o Plantio de 52 mudas de Ipê
(Handroanthus), realizando na mesma oportunidade a revitalização dos canteiros
centrais e do sistema de iluminação pública, todas essas ações visíveis naquela
mesma Avenida.
Assim sendo, não negando a função térmica e visual das espécimes
substituídas, mas observada a integral imparcialidade e legalidade em cada etapa
do processo, esclarecemos o equívoco que a Prefeitura Municipal teria praticado
crime ambiental naquele logradouro, informamos ainda que a Autorização para
Retirada de Árvore compete a Prefeitura Municipal e esta realizou o planejamento
tanto para a retirada das árvores quanto para a sua substituição.
Encerramos dizendo que é falsa qualquer informação que queira imputar a
Prefeitura Municipal de Ararendá a pratica de crime ambiental na substituição das
espécies exóticas e que esta instituição não compactua com estas práticas.”
Amanda Sousa da Hora
Secretária Municipal do Meio Ambiente