Quando abril se encaminha para o fim, os registros da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) mostram que, nesta quadra chuvosa,quase todo o estado teve precipitações abaixo da média. O mapa das chuvas no trimestre de fevereiro a abril mostra, claramente, que quase todo o Estado permanece na cor vermelha.
O mês com maior diferença entre os volumes de precipitação esperado e registrado é, até o momento, abril. O Ceará registrou apenas 36% de chuva esperada para o mês, a 12 dias de seu fim. Historicamente, a média de precipitação no período é de 188 mm.; a Funceme registrou, até o momento, apenas 67,5 mm.
Apesar das irregularidades e das precipitações localizadas, a atual quadra chuvosa (fevereiro a maio) tem sido considerada, até agora favorável para a produção agrícola de grãos (milho, feijão, arroz) e de outras culturas de sequeiro.
As chuvas em março passado ficaram dentro da faixa considerada normal, no Estado, mas apresentou um déficit de 7,5% para o período, conforme o esperado. Registraram-se 188,1 mm, quando a expectativa era que o volume chegasse a 203,4 mm. No primeiro mês da quadra chuvosa, fevereiro, a média esperada era de 118,6 mm. No período, a Funceme observou 125,8 mm (6,1% a mais), variação os técnicos consideram dentro da normalidade.
VENDO OS SINAIS DO INVERNO
Em áreas do Centro-Sul e do Cariri houve precipitações, em março, último, próximas da faixa normal ou acima nas regiões Jaguaribana, Centro-Sul, Cariri e faixa Norte. Agricultores dessas partes do Estado mostram que o desenvolvimento do plantio de milho, sorgo forrageiro e feijão está favorável. “Achava que ia perder a metade da lavoura, mas as chuvas no início desta semana sustentaram a plantação”, relevou o produtor rural Miguel Fonseca, que plantou 2,5 hectares de grãos em Orós.
Havia risco de perda parcial dos cultivos de grãos devido aos veranicos. “A gente espera que continue chovendo até o começo de maio”, disse o diretor do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Iguatu, Evanilson Saraiva. “Quem plantou mais cedo está com a lavoura segura. Mas quem plantou por último ainda precisa de mais água”.
À ESPERA DE UMA BOA SAFRA
No distrito de José de Alencar, zona rural de Iguatu, o agricultor Luís Ferreira olhou, no fim de tarde, para o horizonte, em direção ao Leste. Ficou animado com o tempo. “Há nuvens que indicam vinda de mais chuva”, pontuou. “Acho que vamos ter um bom inverno, com boa safra”.
Em Santa Quitéria, o jovem agricultor Ramon Paiva Ximenes, 18 anos, morador da localidade de Picos de Baixo, no distrito de Malhada, plantou com o pai uma área de três hectares com milho e feijão, cultivados de forma consorciada. “A roça está bonita porque as chuvas estão boas”, comemora.
Em Granjeiro, na região do Cariri, o secretário de Agricultura, Damião Marques, pontuou que “o plantio está bem desenvolvido, com maior parte da lavoura assegurada por boas chuvas que banham o município”. O gestor frisou ainda que o clima entre “os produtores rurais é de alegria com o bom andamento do inverno”.