Cearenses testemunham terremoto no Marrocos: “Senti as paredes do quarto tremerem”

De acordo com o Serviço Geológico dos Estados Unidos, o abalo sísmico — que teve como epicentro a região montanhosa do Alto Atlas — foi o mais forte presenciado no país em um período de 120 anos. A Reuters estima que mais de 2 mil pessoas morreram após os incidentes.

Em um vídeo compartilhado nas redes sociais, Jade Romero assegurou que todos os integrantes do cortejo cearense se encontram seguros e fora de perigo.

“Já deixamos Marrakesh. Todos da comitiva estão ótimos. Presenciamos centenas de famílias desabrigadas nas ruas, monumentos que viraram ruínas. É um momento muito difícil. Lamento profundamente. Deixo a minha consternação, minha força e desejo que este povo possa superar mais este desafio.”

À rádio O POVO CBN, a titular da secretaria de Ciência, Tecnologia e Educação Superior, Sandra Monteiro, afirma que o terremoto aconteceu quando todos os membros do grupo governamental já estavam em seus respectivos quartos.

“Fomos surpreendidos com um tremor durante a noite. Estávamos na parte antiga [de Marrakech], onde ficam os riads [hotéis]. O terremoto aconteceu depois das 23 horas, quando todos estavam recolhidos [nos quartos]. Em uma medida protocolar, saímos com documentação e com nossos pertences”, apontou.

Sandra ainda afirma que, após os abalos, as pessoas se direcionaram para lugares abertos, como as avenidas. Tumultos também foram observados — causados pela preocupação dos moradores com os idosos. “Estamos bem. A vice-governadora entrou em contato conosco. Ela [Jade Romero] tinha acabado de chegar [no Marrocos]”, assegura.

Juntamente com outros brasileiros, os integrantes da comitiva foram orientados a se agruparem nos arredores da piscina do hotel em que estavam hospedados. A expectativa é que o grupo capitaneado por Jade Romero retorne ao Brasil neste domingo, 10.

“Senti as paredes do quarto tremerem”

Outra cearense presente no país africano durante a eclosão do terremoto, a empresária Annette de Castro descreveu ter se dado conta do abalo após ter percebido as pessoas saírem dos quartos do hotel. Ela estava hospedada na cidade de Errachidia, distante 497 quilômetros (km) de Marrakech.

“Por volta das 23h30min, senti as paredes do quarto tremerem. Inicialmente, pensei que estivesse tonta. Foi quando as mensagens começaram a chegar, e as pessoas deixaram os seus quartos. Recebemos, então, a notícia do terremoto em Marrakech. Não sabíamos da gravidade, mas ficou claro que foi [o terremoto] acima da magnitude 6,5. Percebemos que um desastre havia acontecido”, disse a empresária à rádio O POVO CBN.

Ainda segundo Annette de Castro, a cidade de Errachidia, situada no sudeste do país, não foi tão atingida como outras localidades próximas das montanhas do Alto Atlas. A gestora, no entanto, diz que as cicatrizes deixadas pelo terremoto deverão permanecer expostas durante os próximos meses.

“Tivemos bastante sorte. Nesta região [sudeste] não existiu nenhum problema. Todos estão tranquilos. Porém, já recebemos pedidos de apoio de amigos que estão em Marrakech. Hoje, em um evento em que participei, foi prestado um minuto de silêncio. Para este país, foi algo muito impactante. Muitos vão ser afetados”, concluiu.

 

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