Nesta terça-feira, 16, o presidente da Unimed Fortaleza, Elias Leite, alertou para o risco de colapso no sistema de saúde local, incluindo redes privada e pública, em virtude do aumento de casos da Covid-19, no Ceará. Em um vídeo divulgado à imprensa, ele classifica a situação como “bem grave” e alerta para a possibilidade de um cenário pior do que o visto na primeira onda da pandemia pelo novo coronavírus na Capital.
Conforme Leite, o Hospital Regional Unimed (HRU) tem 338 leitos no total. Deste leitos, 332 pacientes estão internados, sendo 196 por Covid-19 e 136 sem a doença, restando apenas seis leitos disponíveis na rede hospitalar. “A situação é muito grave, se você puder escolher um momento para adoecer, que não seja agora, porque corre o risco de você ter uma dificuldade de achar leito, independente de você ter plano de saúde ou não”, admitiu.
Leite diz que se sente na obrigação de dizer à população que a situação em Fortaleza é preocupante a ponto de achar que pode ficar pior. “É preciso que as pessoas entendam que corre o risco muito grande de as estruturas de saúde entrarem em colapso. […] Eu não sei o que vai acontecer nos próximos 15 dias, eu não sei quantas pessoas estão contaminadas, mas eu sei que a gente precisa entender que a situação é muito grave. Não dá para brincar”.
O presidente da Unimed Fortaleza divulgou o vídeo logo após o governador do Ceará, Camilo Santana (PT), negar boatos sobre definição de um lockdown nesta semana, como especulado e compartilhado por meio de mensagens nas redes sociais. O governador informou que não “houve reunião do Conselho que delibera sobre as ações restritivas dos decretos e que nenhuma decisão foi tomada”.
Camilo ainda ressaltou que os decretos atuais valem até a meia-noite desta quarta-feira, 17. “Qualquer informação será passada por mim com toda a transparência. O restante dessas notícias é ação criminosa de pessoas que lutam a todo momento para provocar tumulto no meio da pandemia”, afirmou. E concluiu: “o mal não prevalecerá”.
Maior média de atendimentos
O Hospital Regional Unimed (HRU) registrou até a meia-noite dessa segunda-feira, 15, 307 atendimentos a pacientes com suspeita de Covid-19. Conforme Elias, esse é o maior número de atendimentos da doença desde o dia 19 de maio de 2020.
“Me preocupo, pois estou vendo muita gente ainda negando a situação”, acrescenta o gestor.
Em relação aos números na rede hospitalar, o HRU teve, na segunda-feira, 373 pacientes internados por Covid-19. Nesta terça-feira, foram registrados 384 pacientes, uma alta de 11 pacientes em 24 horas. Na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), a quantidade segue estável de ontem para esta terça-feira, com 151 pacientes. Em um dia, o hospital teve 15 altas, 21 internações e três óbitos pelo novo coronavírus.