Em Horizonte, a 40 km de Fortaleza, pelo menos 230 idosos que deveriam receber a segunda dose (D2) da vacina Coronavac estão recebendo a informação de que faltam doses e a imunização contra a Covid-19 não poderá ser completada no momento. São idosos que estavam agendados para os dias 23 e 24 de abril, quando completariam o prazo de 28 dias em relação à primeira dose recebida.
“A questão é falta da vacina. Estamos fazendo tudo para vacinar, tanto que fizemos já a D2 com algumas doses que tínhamos. Mas não conseguimos completar a população toda que está esperando”, explica Lúcia Gondim, secretária de Saúde do Município. Ela garante que esses idosos serão chamados “logo que cheguem novas doses”.
Conforme a secretária, o problema passa por duas questões: atrasos na produção da Coronavac e descompasso entre o número real de cidadãos e a meta estabelecida pelo Ministério da Saúde para cada grupo. “O IBGE de 2019 diz que a nossa população é de 67.337 pessoas; quando vou para o cadastro do eSUS, que é o cadastro dos agentes comunitários de saúde, temos hoje 80.499 pessoas. A meta que o Ministério manda para Horizonte é irreal”, pondera.
Olhando somente para a população de idosos, são 2.466 cadastrados no eSUS contra 1.494 previstos no Plano Nacional de Imunização – uma diferença de 982 pessoas. “Não é Horizonte, não é qualquer cidade do Ceará, é o Brasil todo que se encontra nessa situação com a vacina Coronavac”, lamenta Lúcia. Ela afirma que enviou um pedido de revisão de meta para o Governo Estadual
Nessa terça-feira, 27, a Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) enviou orientação aos 184 municípios do Estado para que retenham vacinas contra a Covid-19 a fim de garantir a aplicação da segunda dose em quem já recebeu a primeira.
No início da semana, o ministro Marcelo Queiroga alertou estados e municípios sobre uma possível diminuição no ritmo de fornecimento da Coronavac diante de atrasos na importação do Insumo Farmacêutico Ativo (IFA) utilizado na fabricação da vacina.