A falta de transparência sobre a vacinação contra a COVID-19 em Ipueiras adentra mais um capítulo, desta vez profissionais da saúde na cidade reclamam por não terem recebido a segunda dose da vacina contra a COVID-19 na data agendada previamente, o que é de direito, causando indignação e revolta por parte dos mesmos.
O fato é que enquanto prestaram serviço no hospital de campanha do município, sendo linha de frente no combate à COVID-19, a primeira dose do imunizante foi ofertada a equipe. Por motivos não justificados alguns foram desligados do quadro de profissionais atuantes, contudo, a data para o recebimento da segunda dose da imunização estaria marcada. Ao procurar a coordenação de epidemiologia no dia acertado, os profissionais se depararam com a triste surpresa de não haver vacina.
A coordenadora de epidemiologia de Ipueiras, Natália, alegou que as doses repassadas pelo governo estadual foram insuficientes.
A vacina aplicada nestes profissionais foi a SINOVAC/BUTANTAN e de acordo com o Plano de Operacionalização para Vacinação contra COVID-19, deve ser ministrada em 2 doses no intervalo de 28 dias.
Vale ressaltar também que de acordo com o mesmo plano, é de competência da esfera municipal realizar a gerência do estoque municipal de vacinas e outros insumos, incluindo o armazenamento e o transporte para seus locais de uso, de acordo com as normas vigentes.
Ao procurar a segunda dose de vacina, a informação repassada é que os profissionais desligados tomariam a vacina mas não na data indicada no cartão de vacinação, pois a coordenação estaria priorizando profissionais que ainda estivesse trabalhando, o que levou a uma indignação maior ainda, pois essa demora fere o direito e poderá acarretar riscos à saúde dos que estão dependendo do recebimento da última dosagem.
Para o enfermeiro Rodrigo Castro, isto é “claramente uma questão política, que é o que escancara mais ainda o desrespeito e a irresponsabilidade com o bem público, não estamos pedindo nada além do que é nosso de direito”, afirma.
O grupo de profissionais sentindo-se prejudicados entraram em contato com a presidência do COREN/CE, com a ouvidoria do SUS e com o Ministério Público e aguardam resposta.
Indagada sobre o Plano de Vacinação da Cidade de Ipueiras pela enfermeira Vanessa Orsano, a Secretária de Saúde do município, Flávia Braga, não a respondeu.
Com o sentimento de direitos negados e falta de respeito, manifestações em redes sociais tem tomado proporção no município, onde pedem ajuda do ministério público para que tome conhecimento do caso.
A Câmara Municipal encaminhou pedido ao Ministério Público para que os nomes das pessoas vacinadas fossem divulgadas, tendo em vista a indisponibilidade destas informações por conta da secretaria da saúde. O MP, por sua vez, incluiu a cidade de Ipueiras no rol de cidades a serem investigadas por possíveis fura-filas de vacinação.