Um homem internado no Hospital de Saúde Mental Professor Frota Pinto, conhecido como Hospital de Saúde Mental de Messejana, em Fortaleza, morreu após cair em uma fossa na unidade. O caso aconteceu no dia 15 de maio de 2021, por volta de 18h20min, e já tramita no Ministério Público. O órgão emitiu uma resolução, na última sexta-feira, 16, direcionada ao Judiciário, afirmando ter solicitado o seguimento das investigações para esclarecer como aconteceu a morte.
Segundo o documento, o homem morreu após adentrar dentro do sumidouro, uma fossa, da unidade de Saúde e, quando foi retirado, outro paciente teria aplicado “uma gravata” no rapaz. O texto ainda solicita que a investigação continue para esclarecer se a causa da morte seria pela queda ou pela ação do outro paciente. A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) confirmou que a Polícia Civil do Estado do Ceará (PC-CE) investiga as circunstâncias da morte “suspeita”.
Por meio de nota, a corporação explica que o corpo da vítima, um homem de 29 anos, foi encontrado em uma área externa de um hospital. Exames periciais estão sendo realizados pela Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce) para subsidiar as investigações e o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da PC-CE apura o caso.
Uma das informações que ainda deve ser apurada pela polícia, segundo o Ministério Público, é a de que o jovem teria sido encontrado pela família cheio de fezes no corredor do hospital. “Disse que quando chegou ao hospital, [o homem com nome preservado] estava deitado no chão do corredor do hospital e que antes de tentar reanimá-lo mandou que os técnicos o lavassem, pois ele estava sujo de fezes”, ressalta o documento com informações do cunhado da vítima.
Ainda de acordo com o familiar, o jovem estava dentro da fossa jogando fezes nas pessoas e, na tentativa de tirá-lo do local, foram tentar puxá-lo pelos braços e o homem acabou batendo com a cabeça na tampa da fossa e vindo a óbito. A irmã da vítima também relatou suspeitas de maus tratos na unidade, que devem ser apuradas, juntamente com a insuficiência de profissionais no momento do fato e se isso poderia ter colaborado para a morte do rapaz.
Uma enfermeira, um médico, a coordenadora de Enfermagem, o diretor clínico e o diretor geral, bem como as assistentes sociais devem ser ouvidos. Ainda de acordo com informações do Ministério Público, o médico citado deve explicar também por que omitiu a informação de que o jovem foi vítima de uma “gravata” por parte de outro paciente, somente afirmando que o homem “entrou e caiu em uma fossa”.
Por meio de nota, a Secretaria de Saúde do Ceará (Sesa), que é responsável pelo equipamento, ressaltou que, desde o primeiro momento, o caso está sendo conduzido pelas autoridades responsáveis, a quem o Hospital de Saúde Mental está à disposição. A pasta ressaltou que o hospital não fornece detalhes sobre o episódio para não atrapalhar o trabalho de investigação.