Policiais militares presos em operação protegiam traficantes em troca de mensalidades em Fortaleza

Seis policiais militares integravam uma organização criminosa que protegia traficantes em troca de mensalidades, na Capital e na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), de acordo com o Ministério Público do Ceará (MPCE). Três deles foram presos preventivamente, na 8ª fase da Operação Gênesis, nesta quinta-feira (21).

Os outros três mandados de prisão preventiva foram cumpridos contra “informantes” dos policiais. O Ministério Público pediu pela prisão dos outros três PMs investigados, mas a Justiça Estadual determinou apenas o cumprimento de mandados de busca e apreensão contra eles – e contra os seis alvos detidos.

A Operação foi deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), do MPCE, e pela oordenadoria de Inteligência (Coin), da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS). Os mandados foram expedidos pela Vara de Delitos de Organizações Criminosas e pela Vara da Auditoria Militar do Ceará e foram cumpridos com o apoio da Coordenadoria de Planejamento Operacional da SSPDS, da Assessoria de Inteligência da Polícia Militar, e da Secretaria de Administração Penitenciária do Ceará (SAP).

De acordo com as investigações, o líder da quadrilha é um subtenente da Polícia Militar do Ceará (PMCE), que está entre os três militares presos. Os outros policiais são soldados e cabos. O promotor de Justiça Adriano Saraiva, integrante do Gaeco, afirma que os PMs “tinham duas frentes de atuação”.

 

Na primeira frente, eles davam proteção ao traficante para comercializar drogas e armas. Em contrapartida, recebiam mensalidades, que dependiam do lucro do traficante. Também informavam aos criminosos quando havia incursão da Polícia na área.”

ADRIANO SARAIVA
Promotor de Justiça

 

“A segunda frente era na atuação direta das extorsões e do peculato. O informante levantava alvos em potenciais, traficantes com certa capacidade financeira e com histórico criminal, marcavam um encontro, e os policiais faziam a abordagem com uma viatura, para dare ares de legalidade. Além da extorsão, na subtração de objetos de crimes, eles ainda levavam os pertences da pessoa, o que configura peculato”, acrescenta o integrante do Gaeco.

Os ilícitos retidos pelos policiais (como armas, drogas e outros produtos de crimes) eram revendidos a criminosos, para obterem vantagem financeira. Os nova alvos da Operação foram denunciados pelo MPCE pelos crimes de organização criminosa, tráfico de drogas, corrupção passiva, peculato e extorsão, e já viraram réus na Justiça Estadual (ou seja, a denúncia foi aceita).

Saraiva conclui que os investigadores irão “avaliar o que foi apreendido na Operação, como celulares e dispositivos móveis. Com base nisso, podemos deflagrar outras fases”, completa. As armas de fogo dos policiais investigados foram recolhidas, no cumprimento dos mandados judiciais.

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