Um jovem autista foi agredido por policiais militares do Comando de Rondas e Ações Intensivas e Ostensivas (CBPraio), durante uma abordagem policial. O caso foi registrado no dia 15 de março e gravado por câmeras de vigilância dentro de um condomínio em Aquiraz, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF).
Um vídeo gravado pela câmera de segurança do condomínio mostra o momento em que vários policiais cercaram a vítima, que estava rendida e com as mãos na cabeça. Um dos militares arremessou a bicicleta, que atingiu o jovem na cabeça, fazendo-o cair.
A vítima foi socorrida por uma testemunha e levada ao Hospital Municipal de Aquiraz com um corte na cabeça, um ferimento no rosto e escoriações pelo corpo. Ele precisou levar dois pontos na cabeça e foi liberado, mas diz estar abalado.
O jovem agredido é morador do condomínio e possui uma deficiência intelectual de grau leve. Um laudo médico assinado por um neurologista atesta que a vítima possui um “transtorno de neurodesenvolvimento que causa prejuízos no comportamento e limitações em habilidades sociais”.
Segundo familiares do jovem, que terá a identidade preservada, o rapaz saiu de casa de bicicleta para comprar um lanche e não estava usando o crachá que aponta o transtorno oculto.
No trajeto, ele foi abordado pelos policiais e teria respondido “que não era vagabundo”. A família da vítima suspeita que essa resposta possa ter ofendido o agente que arremessou a bicicleta na cabeça do rapaz.
A ação foi presenciada pela avó do jovem, que informou aos policiais sobre o problema de saúde mental do neto. A agressão ocorreu mesmo após os policiais estarem cientes da condição do jovem, conforme denúncia dos familiares.
Conforme testemunhas, um dia depois do ocorrido, policias militares estiveram no condomínio e arrancaram as câmeras após tomarem conhecimento de que o vídeo da agressão estava circulando em grupos do WhatsApp.
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Testemunhas denunciam que policiais arrancaram câmeras de condomínio popular um dia depois de equipamentos registrarem agente arremessando bicicleta na cabeça de jovem com transtorno mental. — Foto: Arquivo pessoal