O Prefeito de Tamboril, Marcelo Mota, anunciou sua saída do Partido Democrático Trabalhista (PDT) em uma decisão conjunta com prefeitos e lideranças municipais. Atualmente, o PDT governa 54 municípios, de acordo com representantes do grupo liderado pelo senador Cid Gomes.
Em uma entrevista concedida ao Programa do Rubão, Marcelo Mota explicou que a decisão de deixar o PDT foi resultado de deliberações realizadas em conjunto com outros prefeitos e líderes locais.
Marcelo afirmou que uma nova reunião será agendada para definir o próximo passo em relação à escolha do novo partido que abrigará a aliança de prefeitos e lideranças municipais. O processo de seleção será conduzido com base em princípios e ideais compartilhados, buscando fortalecer a atuação política e administrativa nos municípios envolvidos.
PREFEITOS DE SAÍDA
Participaram do encontro dezenas gestores de forma presencial. Outros três compuseram as discussões remotamente, como o prefeito de Sobral e irmão de Cid, Ivo Gomes.
O volume da debandada desta terça está dentro das projeções de aliados de Cid, comentadas mais cedo. Antes da reunião, deputados que chegavam ao local do encontro estimaram a legenda perderia entre 40 e 47 prefeitos do interior.
CRISE INTERNA
A crise iniciada no PDT há mais de um ano tem sido marcada por vaivéns judiciais nos últimos meses. Pela via judicial, Cid Gomes e André Figueiredo intercalaram o controle sobre o partido no Ceará, até uma liminar reverter intervenção da direção nacional e devolver o posto ao senador.
Contudo, a mesma decisão manteve o ato da cúpula, sob direção do deputado federal, que anula as cartas de anuência concedidas pelo PDT estadual no último dia 8. Deputados e suplentes dizem que vão recorrer.
Enquanto segue a indefinição sobre os mandatos proporcionais, o partido, agora, vê-se sem 43 prefeitos para as disputas à reeleição ou para reforçar a campanha de sucessores. Assim, por ora, perde a posição conquistada em 2020 de sigla com o maior número de prefeituras do Ceará.
O desembarque em massa pode trazer profundos prejuízos para a legenda não só em 2024, mas também em 2026, tendo em vista que o Estado é o maior reduto eleitoral pedetista até o momento. São impactos no Fundo Partidário, no Fundo Eleitoral, no tempo de TV e rádio e, claro, no contingente de mobilização política em torno do PDT.