Diante do agravamento da crise sanitária no Brasil e das restrições mais rígidas adotadas por muitos estados para tentar conter aglomerações no Carnaval, o País terá um dos índices de ocupação dos hotéis mais baixos de todos os tempos para o período. É o que aponta levantamento nacional feito pela Associação Brasileira de Hotéis (ABIH). No Ceará, o indicador, que em anos anteriores girava em torno de 70%, neste ano, deve ficar em 40%.
Em Fortaleza, o indicador deve ficar abaixo disso. A pesquisa mostrou que, em janeiro, a cidade havia atingido apenas 55%, pois seu principal público são os turistas que vêm de fora do estado.
As informações sobre a pesquisa da ABIH são do Diário do Turismo. A publicação mostra que no Rio de Janeiro, um dos principais destinos turísticos do País no Carnaval, a projeção da ABIH é que a taxa de ocupação seja inferior a 50%. Em razão do cancelamento das festividades no Estado, mas também porque não será dado o ponto facultativo em São Paulo. O estado vizinho é um dos principais emissores de turistas nesse período. A ocupação média no verão vem sendo de 40%.
Em Salvador, principal destino baiano no período, a ocupação hoteleira durante toda a alta temporada deve ficar em cerca de 70% menor do que foi em 2020, segundo a ABIH. A ocupação em dezembro foi de 50%, enquanto o esperado era chegar a 70%. Em janeiro, o índice ficou em 55%.
Já em Pernambuco, com o cancelamento das prévias e das festas de Carnaval pelas autoridades, a ocupação hoteleira que, em anos anteriores chegava a 97%, não deve ultrapassar os 60%. No início desse ano, com ocupação de 55% na capital e 70% em Porto de Galinhas, a queda chegou a 60%.
O presidente da ABIH Nacional, Manoel Linhares, afirma ser urgente que o governo federal lance medidas para salvar o setor.
“Para que o turismo e a hotelaria consigam sobreviver, precisamos de medidas assertivas como a suspensão da cobrança das parcelas dos fundos de financiamentos também em 2021 – como foi feito a partir de abril até dezembro de 2020 – e a reprogramação dos pagamentos a partir de 2022”, afirmou.
Ele reforça que a hotelaria nacional, principalmente nos destinos coorporativos, ainda não conseguiu chegar nem perto de 20% dos números alcançados em 2019 e a atual taxa de ocupação, na maioria dos casos, não cobre sequer os custos operacionais.
“Ainda esperamos para 2021 uma retomada, mas para que as empresas continuem suas atividades, precisamos do apoio em todos os níveis e a cooperação dos governos municipais e estaduais com medidas de redução de impostos, como o IPTU, despesa com forte impacto nos custos dos hotéis, e de tarifas, como a de água e energia, para não só amenizar os efeitos econômicos do momento que estamos passando, mas também preservar empregos e renda, já que muitas unidades hoteleiras encerram suas atividades em todo o país”.