O Comitê Estadual de Enfrentamento à Pandemia do Coronavírus decidiu manter o horário de funcionamento de bares e restaurantes de 10h às 22h, conforme decreto publicado neste sábado (10) no Diário Oficial do Estado. O posicionamento contrariou o pleito do setor de ampliação do horário feito já há várias semanas e gerou críticas.
O presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes no Ceará (Abrasel), Taiene Righetto, argumenta que não há mais motivos que justifiquem o avanço da flexibilização para outros setores e não para o de alimentação fora do lar.
“A gente vê essa decisão como lamentável. Para nós, fica muito evidente que o problema é com o setor. Existe um preconceito, como se fôssemos culpados. Salvador permitiu o funcionamento até as 23h30 essa semana. Com isso, somos o Estado com mais restrições à atividade do Brasil”, afirma.
Em nota, a entidade sustenta ainda que “a ampliação do expediente ajuda as empresas não apenas no faturamento, mas também no cumprimento dos protocolos sanitários, porque é mais fácil diluir o atendimento ao longo da noite”.
Durante transmissão ao vivo para anunciar a decisão do comitê, na última sexta (9), o governador Camilo Santana (PT) pontuou que algumas atividades seguem com restrição de horário para não sobrecarregar o transporte público.
Righetto, no entanto, rebate dizendo que o setor não pode ser penalizado pela “falta de fiscalização”. “Isso demonstra problemas do próprio Governo em conseguir fiscalizar a capacidade dos ônibus”, diz.
Segundo o presidente da Abrasel, durante a pandemia, mais de 10 mil estabelecimentos de alimentação fora do lar já fecharam as portas definitivamente, sendo quase 4 mil apenas em Fortaleza. As falências geram cerca de 60 mil demissões.